Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, na sigla em inglês), que tem suas posições instaladas no sul do país, informou neste sábado (12/10) que “tiros desconhecidos” atingiram mais um de seus soldados, tratando-se do quinto membro ferido próximo à fronteira israelense, em menos de dois dias.

“Ontem à noite, um membro da força de paz na sede da Unifil em Naqoura foi atingido por tiros devido à atividade militar em curso nas proximidades”, disse o órgão no X. De acordo com o comunicado, o membro da força de paz foi submetido à cirurgia e agora se encontra em estado “estável”.

“Lembramos a todos os envolvidos a obrigação de garantir a segurança da equipe e das instalações da ONU, incluindo evitar atividades de combate perto das posições da Unifil”, acrescentou.

Os ataques aos soldados da paz ocorrem em meio à intensificação da campanha militar israelense sobre a região sul do Líbano. Israel alega a presença de “posições do Hezbollah” em cerca de 22 cidades na região, ordenando a evacuação dos moradores locais sob a ameaça de “risco de morte” em caso de desobediência.

Reprodução/Unifil
Desde 2006, a Unifil foi incumbida pela resolução 1702 da ONU de ajudar o Exército libanês a manter sua área de fronteira sul com Israel livre de armas ou pessoal armado que não sejam do Líbano

Comunidade internacional condena Israel

Na sexta-feira (11/10), a União Europeia (UE), França, Itália, Espanha, China, Indonésia e Irlanda classificaram de inaceitável e de “grave violação do direito internacional” os ataques de Israel contra posições da Unifil.

“É um ato inadmissível, qualquer ataque deliberado às Forças de Paz é uma violação grave do direito internacional humanitário e da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU. Israel tem a obrigação de respeitar ambos”, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrel. “É necessária a responsabilização”, acrescentou.

O porta-voz da chancelaria chinesa, Mao NIng, disse que Pequim expressou “grave preocupação e forte condenação” ao ataque militar israelense às posições e postos de observação da Unifil, repudiando que o resultado tenha deixado “ferimentos” aos soldados.

Mais incisiva foi a Turquia, que incluiu críticas às comunidade internacional. “O ataque de Israel às forças da ONU após seus massacres contra civis em Gaza, Cisjordânia e Líbano, é uma manifestação de sua percepção de que seus crimes ficam impunes”, disse o Ministério de Relações Exteriores turco. “A comunidade internacional é obrigada a garantir que Israel cumpra com o direito internacional”.