Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Pelo menos 200 pessoas morreram e milhares ficaram feridas como consequência das explosões ocorridas nas embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia em 7 de agosto de 1998. As bombas foram detonadas com diferença de poucos minutos em locais tão distantes entre si, por volta das 10h30, horário local.

Nenhuma organização assumiu a responsabilidade pelos atentados, porém funcionários dos Estados Unidos suspeitaram que os ataques fossem obra de Osama bin Laden, líder da organização fundamentalista islâmica Al Qaeda. A primeira explosão ocorreu na capital da Tanzânia, Dar es Salaam, e a segunda, exatamente cinco minutos mais tarde, em Nairóbi, capital de Quênia.

A explosão de Nairóbi fez desmonorar parcialmente um prédio de escritórios de cinco andares atingindo o edifício anexo da embaixada. O embaixador norte-americano, Prudence Bushbell mantinha naquele momento uma reunião com o ministro do Comércio de Quênia, Joseph Kamotho na sede do Banco Cooperativo Ufundi, localizado bem nas proximidades, saindo do atentado levemente ferido.

[Vista dos edifícios afetados pela explosão da embaixada norte-americana em Nairóbi, capital do Quênia, em 1998]

Rufus Drabble, da Alta Comissão Britânica, declarou que uma nuvem de poeira fina cobriu praticamente a cidade. Helicópteros sobrevoavam a área em busca de supostos responsáveis. A embaixada dos Estados Unidos foi seriamente danificada e suas portas à prova de explosões foram literalmente arrancadas. Voluntários empenharam-se em retirar sobreviventes dos escombros e gruas foram requisitadas para libertar as pessoas que estavam presas debaixo das ruinas.

Atentado na Tanzânia

Houve também ampla devastação em Dares Salaam, onde um correspondente da BBC disse que a área de recepção da embaixada havia sido completamente destruída. O sobrevivente Jim Owens declarou que o deslocamento de ar decorrente da explosão na embaixada da Tanzânia jogou-o para cima a mais de dois metros. “Os ferimentos causados não me pareceram graves, mas as feridas sangravam profusamente”, afirmou. “O pó grudou nas lentes dos meus óculos de modo que mal podia enxergar enquanto circulava pela embaixada tomada de fumaça”.

No total, 230 pessoas foram mortas nas explosões quase simultâneas; após investigação, 4 membros da Al Qaeda foram capturados e julgados

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O então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, condenou os ataques como “aberrantes” e disse que todos os esforços seriam envidados para capturar os terroristas. Disse ainda que estava enviando especialistas em contra terrorismo e equipes médicas para a região. Um contingente de marines também estava voando para o local para, ao lado de agentes do FBI, garantir a segurança. “Esses atos de violência terroristas são aberrantes, são desumanos”, afirmou Clinton em coletiva de imprensa na Casa Branca. “Usaremos todos os meios a nossa disposição para levar os responsáveis às barras da justiça”, acrescentou.

Os quenianos estavam mal-preparados para lidar com um desastre tão grande. Foi somente quando um grupo de busca e salvamento de Israel chegou que os últimos corpos foram resgatados. As cifras finais foram então conhecidas: 207 quenianos e 12 cidadãos norte-americanos foram mortos em Nairobi. Outras 11 vidas foram perdidas nas explosões em Nairobi. No total, cerca de 4 mil pessoas ficaram feridas.

Quatro homens ligados à Al-Qaeda foram condenados e presos a prisão perpétua pelos ataques em maio de m2001: Mohamed Rached Daoud al-Owhali; Khalfan Khamis Mohamed; Wadi al-Hage e Mohamed Sadeek Odeh.

Um parque-memorial foi aberto em Nairobi em 7 de agosto de 2001 para relembrar as vítimas da explosão.

A Casa Branca gastou US$ 4,3 milhões de dólares para ajudar as vítimas dos atentados e para reconstruir o centro de Nairobi, mas os sobreviventes consideraram totalmente insuficiente. Tentaram e fracassaram em convencer o governo dos Estados Unidos de aumentar a compensação.

 

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