Hoje na História: 1995 - Jogadores de beisebol dos EUA encerram maior greve da história
Na ocasião, pela primeira vez em 89 anos uma equipe de beisebol deixou de ser coroada campeã
Atualizada em 31/03/2017
No dia 31 de março de 1995, os jogadores da Grande Liga de Beisebol dos Estados Unidos voltam ao trabalho após o término da mais longa greve da história do esporte. Devido à greve a Série Mundial de 1994 teve de ser cancelada. Foi a primeira vez em 89 anos que uma equipe de beisebol deixou de ser coroada campeã.
Durante as negociações para um acordo coletivo de trabalho consensuado, as tensões entre os proprietários dos clubes e os jogadores chegaram ao auge quando os donos propuseram um corte salarial. Alegando dificuldades financeiras, os patrões argumentaram que os rendimentos dos atletas, que haviam crescido exponencialmente desde os anos 1970, tornaram-se insustentáveis e que se não fossem contidos levariam os clubes à bancarrota.
Os jogadores, liderados pelo presidente do sindicato, Donald Fehr, recusaram-se a concordar com o corte. Ressaltaram que ao longo da história desse esporte foram subpagos, sustentando que o corte salarial não passava de mais uma forma de exploração por parte dos proprietários.
Até 1975, os jogadores estavam submetidos a uma cláusula especial que vinculava cada jogador a apenas um time durante toda a carreira, impedindo qualquer liberdade de negociação ao jogador e mantendo os salários artificialmente baixos. Após a revogação dessa cláusula por arbitragem, a possibilidade de mudança de clube elevou os salários porquanto os donos foram obrigados a disputar pela contratação dos serviços dos jogadores.
Wikicommons.jpg)
Resenha entre atletas do New York Yankees: em 1994 atletas se uniram contra abusos de empresários
Após a temporada de 1985, os proprietários concordaram em segredo não assinar a transferência de jogadores e todos os 28 maiores times da liga. Passaram-se 3 temporadas até que a conspiração veio à tona. A agremiação dos jogadores pleiteou em juízo e ganhou 280 milhões de dólares de indenização.
.jpg)
NULL
NULL
Quando um acordo coletivo entre a Grande Liga de Beisebol e a Associação dos Jogadores expirou em 1994, restou um travo amargo entre as partes e negociações de um novo acordo logo se tornaram azedas. Em 12 de agosto os donos dispensaram os jogadores e o restante da temporada de 1994 foi cancelada. Os torcedores fanáticos da equipe de Montreal e dos Yankees em Nova York ficaram bastante desapontados pois os seus times lideravam a Liga Nacional e a Liga Americana respectivamente, à época da interrupção.
Em dezembro de 1994, o presidente Clinton reuniu-se com os líderes dos negociadores dos dois lados, em vão. Já no final de março de 1995, na véspera do início da nova temporada de beisebol, 28 dos 30 proprietários votaram por colocar em campo times reservas, porém em 31 de março, a juíza Sonia Sontomayor intercedeu, emitindo um mandado contra os donos por terem dispensado os atletas. Finalmente em 2 de abril, os jogadores decidiram voltar ao trabalho.
Todavia, os torcedores não perdoaram. O comparecimento do público em 1995 foi o menor em anos, caindo de uma média de 33 mil espectadores por jogo em 1993 para apenas 25 mil. Os torcedores montaram uma barreira humana no dia da abertura dos jogos, furiosos tanto com os jogadores quanto com os proprietários. Felizmente para o beisebol, a quebra por Cal Ripken, “O Homem de Ferro” de um ‘streak’ de Lou Gehrig em partida realizada em 6 de setembro de 1995, finalmente quebrou o gelo. O incrível lance de Ripken e a raça com que se entregou ao jogo salvaram o beisebol no coração dos torcedores.
O acordo coletivo não foi renovado até 1996. Quando expirou em 2002, proprietários e jogadores, tendo aprendido da natureza implacável dos torcedores em 1995, sentaram-se para firmar um novo acordo prevenindo a não interrupção das atividades.























