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Atualizada em 15/07/2016

O único romance de Jerome David Salinger, O apanhador no campo de centeio (The Catcher in the Rye, título original em inglês), é publicado em 16 de julho de 1951. O livro, sobre um confuso adolescente desiludido com o mundo adulto, alcançou um êxito imediato e foi objeto de estudos por mais de meio século nos colégios dos Estados Unidos.

Salinger havia trabalhado o romance durante uma década. Suas crônicas já haviam sido publicadas na década de 1940, muitas na revista The New Yorker.

O livro colheu o país como uma tempestade, porém Salinger, pouco confortável com a fama, recolheu-se na cidadezinha de Cornish, todavia continuou a publicar suas crônicas no New Yorker.

Notório solitário, morreu em sua casa em New Hampshire em 27 de janeiro de 2010, aos 91 anos.

Jerome David Salinger nasceu em Nova York em 1º de janeiro de 1919, filho de pai judeu e mãe irlandesa. Começou a escrever ainda na escola secundária, e publicou vários contos no início dos anos 1940, antes de servir na Segunda Guerra Mundial. Em 1948, publica seu primeiro conto, aclamado pela crítica, Um dia perfeito para Peixe-banana. Seguiram-se vários outros contos e crônicas publicados no The New Yorker.

Em 1951, vem a lume o O apanhador no campo de centeio. Sua descrição da alienação da adolescência e da inocência perdida de seu protagonista, Holden Caulfield, com neologismos e gírias , serviu de influência para toda uma geração de novos leitores, especialmente adolescentes. O livro continua tendo uma vendagem estimada em 250 mil cópias por ano.

The Guardian

Casa de J.D. Salinger, em New Hampshire

Os livros que se seguem ao Centeio são: Nove Histórias (1953); uma coletânea de nove contos publicados no The New Yorker entre 1948 e 1953; Franny & Zooey, de 1961, que consiste de duas novelas curtas, Franny e Zooey e Raise High the Roof BeamHapworth 16, 1924, apareceu em The New Yorker em 19 de junho de 1965.

Depois disso, Salinger continuou recluso, aparecendo esporadicamente na imprensa. No final dos anos 1990 são publicadas duas obras de memórias de pessoas próximas a Salinger, Joyce Maynard, sua ex-amante, e Margareth Salinger, sua filha. Em 1996, um pequeno editor norte-americano fez um acordo com Salinger para a publicação de Hapworth 16, 1924 em forma de livro, porém alguns problemas adiaram o lançamento da obra indefinidamente. Hapsworth foi escrita como uma carta de Seymour Glass, então com 7 anos, para sua família. Seria o desfecho da saga da Família Glass, também presente nos livros anteriores de Salinger.

Estudiosos apontam que o personagem Holden deriva da palavra “Holding” (segurando), o que significa claramente que o protagonista não quer crescer e sente-se segurando-se, agarrado, em algo. E é assim que o cavalo desenhado na capa de 1951 se sente.

Clássico da literatura norte-americana, o livro ainda hoje tem vendagem estimada de 250 mil cópias por ano

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O cavalo do carrossel que aparece ao final do romance aludiria a este sentimento de resistência a crescer de Holden. O cavalo significaria a juventude presa num dado momento e redundante.

Primeira edição de O Apanhador no Campo de Centeio (The Catcher in the Rye) - Foto: WikicommonsO curioso na obra de Salinger é a forma como ela influenciou – e ainda influencia –  gerações. A obra é citada em alguns casos curiosos, como a morte de John Lennon. Segundo testemunho do assassino, Mark David Chapman, ele estava lendo O apanhador no campo de centeio minutos antes de tentar o suicídio e na obra teria se inspirado para matar o Beatle.

Outro fato curioso é que o atirador que tentou matar Ronald Reagan em 30 de abril de 1981 também afirmou que teria tirado do mesmo livro a inspiração para matar o presidente.

No filme Teoria da Conspiração, Mel Gibson faz o papel de um motorista de taxi psicótico que acha que todos estão contra ele. O personagem carrega uma compulsão, comprar diariamente um volume de O apanhador no campo de centeio, existindo em sua casa milhares de exemplares. Por conta de uma dessas compras, ele é descoberto por seus inimigos e quase acaba morto.

A comédia Quase Igual aos Outros, estrelado por Joyce Hirst, a personagem Telry é uma garota que queria ser jornalista e precisava escrever um artigo interessante para a coluna de jornal onde trabalhava. Resolve então se disfarçar de homem para escrever sobre o mundo masculino. Nesse mesmo filme também há uma personagem representada pela atriz Emily Ragsdale, professora da escola onde Telry vai fazer seu estágio. Esta professora pergunta a dois alunos nerds se eles também leram o livro O apanhador no campo de centeio.

Também nesta data:
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