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Atualizada em 28/03/2017

Sergei Vassilievitch Rachmaninoff, compositor, pianista e maestro russo, morre em 28 de março de 1943 em Beverly Hills, Los Angeles. Sua obra é de um romantismo herdado de seus mestres, Tchaikovsky e Rimnsky-Korsakov. Manteve-se indiferente à evolução de sua época. É conhecido por seus célebres concertos números 2 e 3 e seu poema sinfônico “A Ilha dos Mortos”.

Nascido em 1º de abril de 1873 em Semiono, recebe aos 4 anos as primeiras lições de piano de Anna Ornazkaia, professora do conservatório fundado por Anton Rubinstein em 1862. Em 1882, aos 9 anos, Rachmaninoff ingressa no Conservatório de São Petersburgo. Entre 12 e 16 anos, é preparado pelo professor Nikolai Zverev, amigo de Rubinstein e Tchaikov.

Zverev era um pedagogo renomado, respeitado, rigoroso e severo. Levava para casa alguns alunos talentosos e os submetia a uma disciplina de trabalho draconiana. Costumava convidar músicos célebres de passagem a fim de ouvir seus protegidos. À época o jovem Sergei conheceu seu ídolo Tchaikovsky.

Wikimedia CommonsEm 1891, aos 18 anos, é aprovado no exame final de piano. Compõe em seguida o Prelúdio em dó menor com o qual obtém um prêmio de composição. Aos 20 anos, dá início a uma brilhante carreira de virtuose e de compositor. Escreve numerosas obras, entre as quais o Concerto para Piano nº 1 e o Trio Elegíaco em memória de Tchaikovsky.

Em 1897, apresenta sua primeira sinfonia. Dirigida por Glazunov, visivelmente ébrio, sua criação foi um fracasso retumbante e Rachmaninoff mergulha numa depressão da qual só sairia 4 anos mais tarde, graças ao enorme sucesso de seu Concerto nº 2 para piano e ao tratamento de Nicolas Dahl, neurologista e hipnotizado, dedicando ao médico esse concerto. Nesta fase compõe a Sonata para Violoncelo e Piano e a cantata A Primavera.

Os 15 primeiros anos do século 20 seriam para ele felizes e frutíferos. Vivendo perto de Moscou, dirigiu de 1904 a 1906 as representações líricas do Teatro Bolshoi.

Em 1909, empreende sua primeira turnê aos Estados Unidos, onde obteria um extraordinário sucesso graças notadamente ao seu Concerto nº 3 para Piano e Orquestra, que estreou em Nova York em 28 de novembro de 1909, sob a regência de Gustav Mahler. É convidado ao posto de regente titular da Orquestra Sinfônica de Boston, que recusaria. Volta a Moscou e, sob sua direção, apresenta  sua sinfonia Os Carrilhões, que colhe um grande êxito.

A condução da guerra de 1914 é um desastre para a Rússia e logo sobrevém a Revolução Bolchevique. Rachmaninoff resolve deixar definitivamente seu país. Começa aos 44 anos uma nova etapa de vida, uma carreira de pianista virtuose em tempo integral, o que o afastou da composição.

Voltaria a compor somente em 1926. Escreve a célebre Rapsódia sobre um Tema de Paganini, publicada em 1934 e a bela Sinfonia nº 3 em 1936.

Compositor aclamado deixou o país durante a Primeira Guerra Mundial

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Em 1931, aceita assinar uma carta, junto com o filho de Leon Tolstoi e Ivan Ostroilenski, em que criticavam o poeta indiano Rabindranath Tagore por ter escrito um artigo defendendo a União Soviética. Moscou reage banindo a música de Rachmaninoff. A interdição é levantada em 1934 quando é publicada as “Três Canções Russas” do compositor, “próximo do povo” e tido como exemplo aos jovens compositores.

Compõe em 1941 sua derradeira obra, as Danças Sinfônicas, uma alegoria da vida – a manhã o meio-dia e a noite. Acometido de câncer de pulmão vem a falecer em 28 de março de 1943 aos 69 anos.

Rachmaninoff não foi um inovador. Suas composições estão firmemente ancoradas na tradição romântica do século 19, ainda que tenha tentado utilizar uma harmonia um pouco mais moderna.

Começou a encontrar um estilo próprio quando compôs sua primeira sinfonia. Exprimiu nesta sinfonia uma sobriedade em seus temas musicais que desenvolveu e refinou com o correr do tempo. O público e a crítica receberam a obra de forma moderada, mas o ‘estilo Rachmaninoff’ evoluiu no que se pode qualificar de uma mescla equilibrada entre concisão e refinamento.

Rachmaninoff é tido como possuidor de um virtuosismo técnico incomparável ao piano: clareza das notas, uma taxa de erros excepcionalmente baixa, precisão do gesto e do ritmo, e um staccato extremamente preciso.

Rachmaninoff era dotado de mãos de tamanho gigantesco, com isso podia tocar acordes os mais complexos. É possível que sofresse da Síndrome de Marfan, o que explicaria suas mãos desproporcionais, mas tão úteis a um pianista de seu nível, a par das dores recorrentes que sofria.

Também nesta data:

1881 – Morre o compositor russo Modest Mussorgsky
1939 – Nacionalistas entram triunfantes em Madri ao lado do General Franco
1957 – General de Bollardière protesta contra a tortura na Argélia
1979 – Falha técnica provoca acidente em usina nuclear na Pensilvânia