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Atualizada em 03/04/2016 às 9:30

Morre em Viena, no dia 3 de abril de 1897, aos 63 anos, o compositor alemão Johannes Brahms. Para muitos, foi o sucessor de Beethoven, tanto que teve apelidada sua 1ª Sinfonia como a “10ª Sinfonia de Beethoven”.

Nasceu em Hamburgo em 7 de maio de 1833. Seu pai, um músico, foi quem propiciou-lhe as primeiras lições. O jovem deu poucos concertos públicos e não era muito conhecido como pianista.

Imagem: Wikimedia Commons

Começou então a compor, mas seus esforços não receberam atenção até que acompanhou Eduard Remenyi em uma turnê artística, em 1853. Nessa oportunidade, encontrou-se com Franz Liszt e mais tarde foi apresentado a Robert Schumann. Brahms tornou-se amigo e admirador platônico da mulher de Schumann, a compositora e pianista Clara, 14 anos mais velha. Ele nunca se casaria.

Em 1862, fixou-se em Viena, concentrando-se inteiramente na composição. Com um trabalho como o Réquiem Alemão, finalmente firmou uma sólida reputação, sendo visto como um dos grandes compositores de seu tempo. O fato lhe deu confiança para completar sua 1ª Sinfonia, publicada em 1876, após cerca de 10 anos de trabalho. As outras três sinfonias seguiram-se em 1877, 1883 e 1885.

Em 1890, Brahms resolveu deixar de compor. No entanto, não conseguiu levar adiante sua decisão e nos anos que precederam sua morte produziu numerosas obras de destaque, como as Duas Sonatas para Clarineta (1894) e as Quatro Canções Sérias (1896).

Enquanto completava suas Canções op. 121, Brahms contraiu um câncer. Suas condições piorariam em 3 de abril de 1897, quando falece. Seu corpo está enterrado no cemitério Zentralfriedhof, em Viena.
 

Gênio da música alçou seu perfeccionismo entre o clássico e o romântico

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Brahms escreveu diversas grandes obras para orquestra, inclusive quatro sinfonias, dois concertos para piano, um concerto para violino e um duplo concerto para violino e violoncelo. Foi também um prolífico compositor na forma tema e variações, compondo com maestria Variações e Fuga sobre um tema de Haendel, Variações Paganini e Variações sobre um tema de Joseph Haydn.

Seus inúmeros trabalhos para orquestra de câmara formam parte central de seu repertório. Brahms é também considerado como um dos grandes compositores de lieder. Escreveu cerca de 200 delas.

Venerava Beethoven. Na casa do compositor, um busto de mármore velava sobre a mesa onde compunha. Obras de Brahms contém o que alguns de seus contemporâneos consideravam como imitações do gênio de Bonn. Inclusive a 9ª Sinfonia, que possuía temas similares encontrados apenas na 9ª de Beethoven, na 1ª de Brahms e em sua Sonata para Piano.

A afeição de Brahms pelo período clássico pode ter se refletido na escolha dos gêneros. Preferiu as formas clássicas das sonatas, sinfonias e concertos. Em geral, pode ser visto como o mais clássico dos compositores românticos. Outra grande influência sobre Brahms foi a música folclórica. Escreveu adaptações para piano e voz de 144 canções folclóricas alemãs. Suas Danças Húngaras estão entre as mais consagradas composições.

Brahms era com frequência rude e sarcástico e costumava se afastar das pessoas. Foi amigo por toda a vida de Johann Strauss, filho, embora fossem muito diferentes como compositores. Talvez o maior tributo que Brahms possa ter prestado a Strauss foi a observação de que daria tudo para ter escrito a valsa Danúbio Azul. Conta-se que Brahms descaradamente escreveu sobre a partitura original do Danúbio Azul e ao lado da assinatura do autor, a expressão: “Lamentavelmente não de Brahms!”.

Brahms era perfeccionista ao extremo. Consta que a sinfonia conhecida como a 1ª possa não ter sido a primeira a ser composta, visto que costumava destruir completamente obras que não atingissem seu pretendido padrão de qualidade.

Outro fator que contribuiu para o perfeccionismo de Brahms foi que Schumann anunciara desde cedo que ele se tornaria o próximo grande compositor depois de Beethoven, uma predição à qual Brahms estava determinado a cumprir. Ele foi uma junção de opostos: um romântico na expressão, porém um clássico pela forma e técnica. A emoção que se manifesta em sua música, fonte de sua popularidade, é contida tanto pela forma tradicional quanto pela lógica tonal.