Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Alexis Emmanuel Chabrier, compositor romântico e pianista  francês, morreu em Paris em 13 de setembro de 1894. Embora conhecido principalmente por duas de suas composições orquestrais – “Espanha” e “Marcha Alegre” -, deixou importante acervo de óperas, canções e músicas para piano. Apesar de pequena em número, sua obra conquistou a admiração de compositores de renome como Debussy, Ravel, Richard Strauss e Stravinsky.

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Chabrier: sua obra musical, tenha sido recebida com indiferença marcante durante anos

Ressalte-se que seus biógrafos assinalam um ponto em comum de sua criação musical: a alegria. Lucien Rebatet, em “Uma História da Música” faz um paralelo com numerosos amigos que Chabrier tinha entre os pintores impressionistas.

Por outro lado, o musicólogo Martin Cooper dizia: “Essa concepção da música como um veículo para o humor frívolo era uma novidade. Suas miniaturas constituíam uma alternativa aos poemas sinfônicos e dramas líricos dos defensores de Richard Wagner e às sinfonias e quartetos dos seguidores de Cesar Franck”.

Chabrier nasceu em 18 de janeiro de 1841. Aos seis anos teve as primeiras aulas de piano e aos 8 compôs algumas danças. A família se mudou para Paris em 1856 e Chabrier se matriculou no Conservatório de Paris. Paralelamente, foi nomeado em 1861 para um posto no Ministério do Interior, onde se manteve até 1880. Nos anos seguintes até o fim da vida se dedicaria somente à música.

Foi crítico da sociedade de seu tempo, no sentido humorístico dos parnasianos, e amigo de pintores como Auguste Renoir, Claude Monet, Edouard Manet. Em 1883 compôs a rapsódia orquestral Espanha, resultado de sua longa estada nesse país, demonstrando um estilo pessoal de orquestração sem qualquer influência alheia. Deixou parte de sua melhor música em óperas cômicas como “Le Roi malgré lui”.

Chabrier, “maravilhosamente dotado para a música cômica”, segundo Debussy, tinha planejado escrever Pantagruel, já que o gênio de seu criador, François Rabelais, coincidia bastante com o seu.

Seu “Idylle”, de Pièces pittoresques, influcneicou compositores como Francis Poulenc, que escreveu sobre Chabrier: “Ainda hoje estremeço de emoção ao pensar no milagre que criou: um universo harmônico. Jamais esquecerei esse primeiro beijo de amor.”

Seus últimos anos vieram acometidos por preocupações. No entanto, continuou escrevendo obras cheias de vida e de alegria como Prelúdio Pastoral, Ode à Música, Marcha Alegre, entre outras.

Amigo de pintores como Auguste Renoir, Claude Monet, Edouard Manet, o artista ficou conhecido por composições como "Espanha" e "Marcha Alegre"

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A sombra do autor de “Tristão e Isolda”, Richard Wagner, o obcecava ao mesmo tempo que tentava evitá-la. Na verdade, esse “wagneriano de intenção” abriria à música perspectivas opostas às de Wagner: Por mais apaixonado que se sentisse pelas novidades harmônicas, rítmicas e orquestrais, Chabrier se alimentava do canto ancestral.

Num momento em que os músicos sérios desejavam ouvir uma linguagem nobre submetida aos grandes desenvolvimentos sinfônicos, ele se vincula às formas aparentemente mais singelas: a opereta, a romântica música de salão.

Todavia, o consagrado compositor Cesar Franck, após ouvir Peças Pitorescas, concluiu quem iria definir suas ideias: “Esta música liga nosso tempo ao de Couperin e de Rameau.” Realmente, surgia uma nova concepção da arte: com Chabrier nascia a música moderna.

A alegria surgia da música de Chabrier como surge das composições mais simples – ainda quando sua escritura fosse de grande sofisticação, o que marcava um estilo bem diferente da seriedade pomposa de seus contemporâneos.

É inexplicável que sua produção para o palco teatral – operetas e óperas – que contêm as páginas mais memoráveis de toda a sua obra musical, tenha sido recebida com indiferença marcante durante tantos anos.

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