Hoje na História: 1887 - Morre o compositor Aleksandr Borodin

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Aleksandr Porfirevich Borodin, compositor russo de origem georgiana, membro do Grupo dos Cinco, ao lado de Mily Balakirev, César Cui, Modest Mussorgsky e Nikolai Rimsky-Korsakov, morre em São Petersburgo em 27 de fevereiro de 1887.

Considerava-s  um simples aficionado da música com certo talento. No entanto, alcançou êxito como compositor e cientista – era doutor e professor de química. Sua formação musical foi quase autodidata. Quando entrou em contato com Balakirev, formou o Grupo dos Cinco, que tinha por objetivo criar uma arte musical nacional.

Sua produção musical esteve limitada pela quantidade de tempo que pôde dedicar à composição e com sua morte ficaram muitas obras inconclusas, que acabaram sendo concluídas por seu amigo Rimsky-Korsakov e outros. De fato, sua ópera mais famosa, “O Príncipe Igor”, foi completada por Rimsky-Korsakov e Glazunov. Esta partitura inclui as famosas danças corais conhecidas como Danças Polovtsianas em que o príncipe é entretido por Khan Konchak.

Outras famosas partituras são o quadro orquestral “Nas Estepes da Ásia Central”, a segunda de suas três sinfonias e o movimento Noturno de seu segundo quarteto de cordas, movimento que foi arranjado para as mais diversas combinações instrumentais.

Borodin foi filho ilegítimo de uma escrava e um príncipe georgiano. Sua mãe se casou posteriormente com um doutor aposentado e Alexander cresceu em São Petersburgo recebendo uma boa educação. Em 1850, ingressou na Academia de Medicina em São Petersburgo e desde 1864 até 1887, ano de sua morte, foi professor de química na Academia Militar da cidade.

Trabalhou duramente para estabelecer uma escola de medicina para mulheres na Rússia. As mulheres não eram admitidas na Academia embora tivesse ocorrido certa flexibilidade nas regras durante a mais liberal década de 1860. O laboratório de Borodin foi o primeiro centro onde legalmente se permitiu que as mulheres estudassem medicina, porém esse direito foi finalmente revogado por ordem do regime opressivo do czar Alexandre III.

Borodin demostrou precoce interesse pela música e desde cedo aprendeu a tocar flauta e piano. Aos 9 anos escreveu um duo para piano. Depois de graduar-se na Academia de Medicina foi influenciado pelo compositor russo Mili Balakirev e com ele estudou composição. Balakirev, Borodin, Rimsky-Korsakov, Cui e Mussorgsky chegaram a ser conhecidos como os Poderosos Cinco nos círculos culturais de São Petersburgo durante a década de 1860.

Fundaram a Academia de Música Livre, dedicada à educação musical de qualquer pessoa em oposição à Academia de Música de São Petersburgo, entidade “oficial” fundada por Anton Rubinsteine sustentada pelo governo imperial.

Quando o nacionalismo se estendeu por toda a Europa, os Poderosos Cinco, junto com artistas e músicos de toda a Rússia, buscaram criar uma arte e uma música que fosse distintivamente russa, afastando-se das influências da Europa Ocidental. Enquanto muitos compositores, como Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov, encontraram inspiração em melodias folclóricas, Borodin preferiu relacionar sua música com imagens de lugares e temas históricos russos.

A maioria dos compositores em São Petersburgo não vivia da música. Seguindo com essa tradição, Borodin manteve seu emprego na Academia Militar de São Petersburgo, inclusive depois de ter começado a compor bastante música. Sua primeira sinfonia foi escrita durante os anos 1862 a 1867, tendo sua estreia em 1869.

A segunda sinfonia tomou desde 1869 a 1876, enquanto a terceira, iniciada em 1882, não se completou devido a sua morte. Borodin nunca teve tempo para compor o que queria. Ao lado das sinfonias escreveu música para piano, obras curtas como Nas Estepes da Ásia Central que lembra sua terra natal e uma ópera O Príncipe Igor, que também permaneceu inconclusa no momento de seu falecimento. Rimsky-Korsakov e um de seus alunos, Alexander Glazunov, encarregaram-se de completar a partitura. Glazunov também finalizou os dois movimentos remanescentes de uma terceira sinfonia a partir das anotações deixadas por Borodin.

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