Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Fachada da Ópera de Paris tem 100 metros de largura e 60 de altura, além de sete arcadas com esculturas alegóricas 

Em 5 de janeiro de 1875 tem lugar a apresentação inaugural da Ópera de Paris, na presença do então presidente da República, marechal Mac-Mahon, da rainha-mãe da Espanha e do lorde-prefeito de Londres, bem como de cerca de 2.500 espectadores convidados.

O arquiteto do teatro, Charles Garnier, não havia sido convidado e teve de pagar seu ingresso. Não foi menos aclamado pelo público quando seu nome foi anunciado.

A Opera-Garnier era a 13ª sala de ópera construída em Paris depois da fundação dessa instituição por Luis XIV em 1669. Em 1781 fora construída rapidamente a sala da Porte-Saint-Martin. Em seguida, veio a sala Montansier em 1794, na rua da Lei, hoje quadra Louvois. Pela primeira vez, nesta sala, os espectadores poderiam assistir sentados.

No caso da Ópera de Paris, o seu projeto surgiu a partir de um concurso de arquitetura, algo inédito até então. Entre as 171 propostas em competição, o favorito era aquele de Eugène Viollet-le-Duc, protegido da imperatriz Eugênia. Contra toda a expectativa, é o projeto de Charles Garnier, um desconhecido arquiteto de 35 anos, que conquista os votos do júri presidido pelo príncipe.

Segundo suas próprias palavras, o arquiteto lionês pretendeu conceber um “monumento à arte, ao luxo e ao prazer”. À imperatriz, que lhe perguntou de que estilo se tratava, respondeu: “Ora …de Napoleão III, Madame!”.

Sua obra, conhecida como Opéra-Garnier ou Palais Garnier, permanece como o principal representante do estilo arquitetônico Napoleão III, barroco e fantasioso, à imagem do modo de vida alegre e festivo da alta sociedade do Segundo Império.

Pode-se encontrar elementos arquitetônicos desse estilo em edificações posteriores da Terceira República, como o Grand e o Petit Palais. Esse estilo se relaciona à uma corrente artística em voga em toda a Europa: o historicismo, porquanto toma emprestado estilos variados do passado.

A construção da nova sala teve início em 1860 e esteve a cargo do barão Georges-Eugène Haussmann, prefeito de Paris. Teve de se defrontar com numerosos obstáculos, a começar pela presença de um lençol de água subterrâneo sobre o qual o arquiteto teve de fincar as fundações do imóvel. Esta reserva de água iria servir mais tarde de fundo ao romance de Gustave Leroux, “O Fantasma da Ópera”.

Obra, cujo projeto foi escolhido em concurso, demorou 15 anos para ficar pronta; o arquiteto do teatro, Charles Garnier, teve de pagar pelo ingresso

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Durante a guerra franco-prussiana de 1870-1871, o edifício inacabado foi transformado em magazine. Garnier retomou os trabalhos financiado pelos parcos créditos que lhe alocou a 3ª República. Todavia, o incêndio da sala Le Peletier, em 28 de outubro de 1873, apressou os trabalhos e permitiu concluir a obra 15 anos após o seu início.

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Com 100 metros de largura e 60 de altura, a fachada conta com sete arcadas monumentais ornadas com esculturas alegóricas como “A Música” e a “Dança de Jean-Baptiste Carpeaux”. A cúpula é rodeada por conjuntos esculturais espetaculares. No interior, é de se admirar sobretudo a grande escadaria de honra e suas trinta colunas monolíticas em mármore.

A sala de espetáculos em vermelho e dourado pode acolher 2.130 espectadores com frizas, camarotes e balcões em semi-círculo em torno de um palco à italiana. O teto foi decorado em 1965 pelo pintor Marc Chagall, a pedido do Ministro da Cultura, André Malraux.

Nos anos 1980, o Palais Garnier deixou de montar óperas em favor da Opéra-Bastille, construída por Carlos Ott. A Opera-Garnier tornou-se oficialmente o Palácio da Dança.

Também nesta data:

1589 – Rainha-mãe Catarina de Médicis morre aos 70 anos no Castelo de Blois
1919 – Fracassa a Rebelião Espartaquista na Alemanha
1945 – Pilotos japoneses receberam primeira ordem para se tornar um kamikaze