Hoje na História: 1875 - Ópera de Paris é inaugurada com sua primeira apresentação
Obra, cujo projeto foi escolhido em concurso, demorou 15 anos para ficar pronta; o arquiteto do teatro, Charles Garnier, teve de pagar pelo ingresso
Wikicommons

Fachada da Ópera de Paris tem 100 metros de largura e 60 de altura, além de sete arcadas com esculturas alegóricas
Em 5 de janeiro de 1875 tem lugar a apresentação inaugural da Ópera de Paris, na presença do então presidente da República, marechal Mac-Mahon, da rainha-mãe da Espanha e do lorde-prefeito de Londres, bem como de cerca de 2.500 espectadores convidados.
O arquiteto do teatro, Charles Garnier, não havia sido convidado e teve de pagar seu ingresso. Não foi menos aclamado pelo público quando seu nome foi anunciado.
A Opera-Garnier era a 13ª sala de ópera construída em Paris depois da fundação dessa instituição por Luis XIV em 1669. Em 1781 fora construída rapidamente a sala da Porte-Saint-Martin. Em seguida, veio a sala Montansier em 1794, na rua da Lei, hoje quadra Louvois. Pela primeira vez, nesta sala, os espectadores poderiam assistir sentados.
No caso da Ópera de Paris, o seu projeto surgiu a partir de um concurso de arquitetura, algo inédito até então. Entre as 171 propostas em competição, o favorito era aquele de Eugène Viollet-le-Duc, protegido da imperatriz Eugênia. Contra toda a expectativa, é o projeto de Charles Garnier, um desconhecido arquiteto de 35 anos, que conquista os votos do júri presidido pelo príncipe.
Segundo suas próprias palavras, o arquiteto lionês pretendeu conceber um “monumento à arte, ao luxo e ao prazer”. À imperatriz, que lhe perguntou de que estilo se tratava, respondeu: “Ora …de Napoleão III, Madame!”.
Sua obra, conhecida como Opéra-Garnier ou Palais Garnier, permanece como o principal representante do estilo arquitetônico Napoleão III, barroco e fantasioso, à imagem do modo de vida alegre e festivo da alta sociedade do Segundo Império.
Pode-se encontrar elementos arquitetônicos desse estilo em edificações posteriores da Terceira República, como o Grand e o Petit Palais. Esse estilo se relaciona à uma corrente artística em voga em toda a Europa: o historicismo, porquanto toma emprestado estilos variados do passado.
A construção da nova sala teve início em 1860 e esteve a cargo do barão Georges-Eugène Haussmann, prefeito de Paris. Teve de se defrontar com numerosos obstáculos, a começar pela presença de um lençol de água subterrâneo sobre o qual o arquiteto teve de fincar as fundações do imóvel. Esta reserva de água iria servir mais tarde de fundo ao romance de Gustave Leroux, “O Fantasma da Ópera”.

NULL
NULL
Durante a guerra franco-prussiana de 1870-1871, o edifício inacabado foi transformado em magazine. Garnier retomou os trabalhos financiado pelos parcos créditos que lhe alocou a 3ª República. Todavia, o incêndio da sala Le Peletier, em 28 de outubro de 1873, apressou os trabalhos e permitiu concluir a obra 15 anos após o seu início.
Wikicommons

Com 100 metros de largura e 60 de altura, a fachada conta com sete arcadas monumentais ornadas com esculturas alegóricas como “A Música” e a “Dança de Jean-Baptiste Carpeaux”. A cúpula é rodeada por conjuntos esculturais espetaculares. No interior, é de se admirar sobretudo a grande escadaria de honra e suas trinta colunas monolíticas em mármore.
A sala de espetáculos em vermelho e dourado pode acolher 2.130 espectadores com frizas, camarotes e balcões em semi-círculo em torno de um palco à italiana. O teto foi decorado em 1965 pelo pintor Marc Chagall, a pedido do Ministro da Cultura, André Malraux.
Nos anos 1980, o Palais Garnier deixou de montar óperas em favor da Opéra-Bastille, construída por Carlos Ott. A Opera-Garnier tornou-se oficialmente o Palácio da Dança.
Também nesta data:
1589 – Rainha-mãe Catarina de Médicis morre aos 70 anos no Castelo de Blois
1919 – Fracassa a Rebelião Espartaquista na Alemanha
1945 – Pilotos japoneses receberam primeira ordem para se tornar um kamikaze























