Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Theophile Gautier, escritor francês que se consagrou como poeta e como autor do célebre romance “Capitão Fracasso”, morre em Neuilly-sur-Seine no dia 23 de outubro de 1872.

Nesse dia Victor Hugo e Stephane Mallarmé o homenagearam com dois poemas, que foram reunidos sob o título de Tombeau de Théophile Gautier (Tumba de Theophile Gautier, 1873). Em 1857, Charles Baudelaire o dedicava seu poema Fleurs du mal (As flores do mal) com esses versos elogiosos: “Ao poeta impecável! Ao mágico perfeito das letras francesas! Ao meu muito caro e venerado mestre e amigo, Theophile Gautier”.

Antes pintor, é nomes como o de Victor Hugo quem o seduzirá para o campo das literatura

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Nascido em Tarbes em 30 de agosto de 1811, Gautier era Filho de uma família pequeno-burguesa com a qual logo veio a se estabelecer em Paris. Destinou-se inicialmente à carreira de pintor, porém, em 27 de junho de 1829, teve um encontro decisivo com Victor Hugo, que o propiciou o gosto pela literatura.

Fiel a Hugo, Gautier assistiu com entusiasmo à estréia do drama Hernani, em 25 de fevereiro de 1830. Aquela movimentada noite ficou marcada na história da literatura como a “Batalha de Hernani”. Gautier se perfilou ao lado da tropa romântica que defendeu Hugo contra os defensores do classicismo. Declarou-se sempre fiel às escolhas estéticas que havia feito em 1830. Ainda que sua obra evoluísse em direção a uma estética formalista, no íntimo permaneceu um romântico até o fim.

No final de 1830, Gautier começa a participar dos encontros do “Pequeno Cenáculo”, grupo de artistas e escritores que se reuniam no ateliê do escultor Jehan Duseigneur. Levava à época uma alegre vida de boêmio. Em 4 de maio de 1831, o Gabinete de Leitura publica La Cafetière, seu primeiro conto fantástico.

A partir de então, seu talento para o veio literário não parou de se afirmar com textos como Arria Marcella (1852), o Roman de la momie (1858) ou Spirite (1866). Paralelamente aos seus poemas, publica numerosos textos de prosa como Les Jeunes-France, romans goguenards (1883) ou mesmo o romance Mademoiselle de Maupin (1835), que ele fez preceder de um prefácio provocante e escandaloso, onde alinhava seus princípios estéticos.

Em 1836, Gautier publica seu primeiro artigo em La Presse, o novo jornal de Emile de Girardin, para quem trabalharia até 1855. Mais tarde se dedicaria ao Moniteur Universel até 1868. Escreveu cerca de 1200 artigos, reclamando sempre do jugo que lhe impunha a imprensa cotidiana. Gautier tornou-se um poeta quase oficial no final de carreira, sob o Império, em 1868. Foi nomeado bibliotecário da princesa Matilde.

A imagem que se retém de Gautier é de um partidário fanático de Victor Hugo e de um romântico desenfreado. Ora, se é verdade que seus poemas dos anos 1830 são marcados por uma temática sombria, ou melhor, por um humor macabro – por exemplo num famoso diálogo contido em sua Comédie de la mort –, Gautier se distingue nitidamente de outros românticos pela sua preocupação formalista, que prenuncia a de Baudelaire e a dos Parnasianos.

No conjunto da obra de Gautier, com efeito, o tema importa menos que as palavras e o prazer de contar, fruto de um partidário da arte pela arte. Foi um esteta, privilegiando de maneira provocadora a estética em detrimento de outras funções da literatura, em especial as morais. O estetismo é o principal ponto em comum entre seus poemas Émaux et Camées (1852) e seus grandes romances como Le Roman de la momie (1858) ou Capitaine Fracasse (1863), publicado em folhetim de 1861 a 1863. Émaux et Camées, que se situa na travessia do romantismo e da poesia parnasiana, ilustra idealmente os princípios estéticos de Gautier e sua exigência de perfeição. Cada poesia composta em octossílabos é a representação textual, perfeitamente burilada, de um objeto escolhido por sua beleza, seja real ou mitológico, do mundo animal ou mineral, natural ou produzido pelo homem.

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