Hoje na História: 1798 - Morre Luigi Galvani, pai da neurofisiologia
Experimento acidental fez com que ele percebesse posteriormente que corpo também produzia impulsos elétricos
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A partir de 1780 (aproximadamente), Galvani começou a incluir em suas conferências pequenas experiências práticas que demonstravam aos estudantes a natureza e propriedades da eletricidade. Em uma dessas experiências, o cientista demonstrou que, aplicando uma pequena corrente elétrica na medula espinhal de uma rã morta, se produziam grandes contrações musculares em seus membros. Essas descargas podiam fazer com que as patas, inclusive separadas do corpo, saltassem igual que quando o animal estava vivo.
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Com suas explicações, Galvani derrubava afinal as antigas teorias de Descartes, que pensava que os nervos eram tão somente canos que transportavam fluidos. A verdadeira natureza do sistema nervoso como um dispositivo elétrico enormemente eficiente havia sido por fim compreendida.
Desafortunadamente, nos tempos de Galvani não existiam instrumentos de medição capazes de determinar os escassíssimos níveis de voltagem que circulam pelos nervos. A tarefa coube aos cientistas que se seguiram, dotados de uma tecnologia mais avançada.
Os estudos de Galvani inauguraram uma ciência inteira que não existia até então: a neurofisiologia, estudo do funcionamento do sistema nervoso em que se baseia a neurologia.
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Diagrama dos anos 1780 mostra o experimento de Galvani com as pernas de rã
Galvani conservou sua cátedra de professor titular da disciplina de anatomia em sua universidade durante 35 anos (1762-1797). Em pouco tempo, sua enorme capacidade para a cirurgia lhe valeu também a nomeação como chefe de obstetrícia do Instituto de Ciências e nomeado como seu diretor em 1772.
No entanto, quando todos os professores universitários foram “convidados” a assinar um juramento de lealdade ao imperador estrangeiro Napoleão Bonaparte durante sua invasão da Itália, Galvani, mostrando enorme integridade e nacionalismo, se negou a fazê-lo. Como conseqüência foi demitido de todos os seus cargos. Morreu menos de um ano depois.
A partir da publicação em 1791 de seu livro “De viribus electricitatis in motu musculari commentarius”, o fenômeno do galvanismo se espraiou.
Além da evidente natureza fundacional do descobrimento de Galvani com relação às modernas neurociências, houve outras consequências não menos transcendentes. Sua disputa com Volta acerca da natureza da eletricidade sugeriu a esse último o desenho e desenvolvimento da primeira pilha voltaica, ao mesmo tempo que estimulava outros investigadores como Benjamin Franklin e Henry Cavendish a aprofundarem seus estudos sobre a matéria.
No âmbito literário, o romance “Frankenstein” da escritora adolescente Mary Shelley, reflete, num contexto de terror, as impressionantes experiências de Galvani e seguidores acerca da aparente “reanimação” de cadáveres mediante a aplicação de descargas elétricas.
Também nesta data:
771 – Com a morte de seu irmão mais velho, Carlos Magno torna-se rei dos Francos
1679 – Morre o filósofo Thomas Hobbes, autor de “Leviatã”
1943 – Na Iugoslávia, Tito, líder da resistência, proclama governo democrático provisório
1969 – Dois ativistas dos Panteras Negras são assassinados durante o sono pela polícia de Chicago
1980 – Membros do Led Zeppelin anunciam o fim da banda, após a morte do baterista John Bohan
1981 – Estreia nos EUA o filme Reds, sobre a Revolução Bolchevique























