Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O conselheiro sênior do líder supremo iraniano Ali Khamenei e comandante militar de escalão da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), Yahya Rahim Safavi, alertou no domingo (17/08) a possibilidade da eclosão de uma nova guerra entre Irã e Israel, “a qualquer momento”.

“Devemos estar preparados para o pior cenário. Não há protocolo entre nós e Israel e os EUA. Não há cessar-fogo. Uma nova guerra com Israel pode estourar a qualquer momento. Devemos ser fortes e preparados”, declarou Safavi, de acordo com a agência de notícias local Tabnak.

O comandante da IRGC avaliou que os ataques podem recomeçar, considerando “provável que ocorra uma nova guerra e, depois disso, talvez outra guerra mais intensa”.

“Devemos fortalecer nossa estratégia diplomática, de mídia, de mísseis, drones e ofensiva cibernética. Nós, os militares, fazemos o planejamento de cenários, vemos o pior caso e preparamos um plano para isso”, explicou. “Acreditamos que, se queremos a paz, temos de estar preparados para a guerra. A melhor defesa é o ataque”.

Tanto o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, quanto o comandante-chefe das Forças Armadas iranianas, Amir Hatami, deram posições semelhantes no início de agosto.

“Uma ameaça de 1% deve ser percebida como uma ameaça de 100%. Não devemos subestimar o inimigo e considerar suas ameaças como encerradas”, disse Hatami, segundo a agência estatal IRNA. Enquanto isso, o chanceler iraniano ressaltou que “tudo é possível, e não é apenas o Irã que deve se preocupar”.

Conselheiro militar do líder supremo iraniano Ali Khamenei, Yahya Rahim Safavi alerta para nova guerra com Israel ‘a qualquer momento’
Wikimedia Commons/Mohammad Ali Marizad

Guerra Irã-Israel

O governo de Israel lançou bombardeios contra o Irã em 13 de junho, atingindo em especial as áreas militares, nucleares e residenciais do país persa por 12 dias, enquanto os Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump deram apoio ao regime sionista. Em 22 de junho, Washington atacou três instalações nucleares iranianas em Natanz, Fordow e Isfahan.

Em represália, a Força Aeroespacial do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) lançou mísseis retaliatórios contra Tel Aviv na chamada Operação True Promise III, que infligiu perdas em cidades nos territórios ocupados.

Além disso, em resposta aos ataques norte-americanos, o país persa atacou a base aérea de al-Udeid, no Catar, a maior instalação militar norte-americana no Oriente Médio. Em 24 de junho, um acordo de cessar-fogo foi anunciado por Trump, interrompendo o conflito.

Três dias depois, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iraniano, Abdolrahim Mousavi, afirmou que Teerã não estava convencido de que o regime sionista “honraria seu compromisso” sobre o cessar-fogo. Contudo, assegurou prontidão do país persa em caso de nova agressão por parte do inimigo.

“Não começamos a guerra, mas respondemos ao agressor com todas as nossas forças, e como temos sérias dúvidas sobre o cumprimento do inimigo com seus compromissos, incluindo o cessar-fogo, estamos prontos para responder com força”, disse Mousavi, segundo a agência Tasnim.