Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Cerca de 21 milhões de iraquianos estão aptos a votar em 4.501 seções eleitorais em todo o país. Essa é a sexta eleição desde a invasão liderada por Washington que derrubou o antigo governante Saddam Hussein em 2003. As urnas foram abertas para as eleições parlamentares às 7h (horário local) desta terça-feira (11/11), em uma eleição que será acompanhada de perto no Irã e nos Estados Unidos.

Mais de 7.750 candidatos, quase um terço deles mulheres, concorrem a 329 cadeiras no Parlamento. De acordo com a lei, 25% das cadeiras são reservadas para mulheres, enquanto nove são destinadas a minorias religiosas. Segundo a lei eleitoral, apenas 75 candidatos independentes estão concorrendo.

Observadores temem que a participação eleitoral possa cair abaixo do mínimo histórico de 41% em 2021, refletindo o ceticismo dos eleitores em um país marcado por lideranças entrincheiradas, alegações de má gestão e corrupção endêmica.

Após a eleição do novo Parlamento, este elegerá um novo presidente. O presidente nomeia o presidente da república, mediante aprovação de dois terços do legislativo. O novo presidente pode nomear um primeiro-ministro com o apoio da maioria simples dos parlamentares.

As urnas fecharão às 18h, com resultados preliminares esperados dentro de 24 horas.

Candidatos

O atual primeiro-ministro Mohammed Shia al-Sudani, eleito em 2022 com o apoio de partidos pró-Irã, deverá garantir um bloco considerável no parlamento em sua busca por um segundo mandato.

Outros nomes de destaque incluem figuras influentes do xiismo, como o ex-primeiro-ministro Nouri al-Maliki e o estudioso muçulmano Ammar al-Hakim. Entretanto, também marca a ausência do influente líder Muqtada al-Sadr, que instou seus seguidores a boicotarem a “eleição fraudulenta” e em 2021, garantiu o maior bloco antes de se retirar do parlamento após uma disputa com os partidos xiitas que se recusaram a apoiar sua candidatura para formar um governo e, em vez disso, se uniram para formar uma aliança maior.

O primeiro-ministro Mohammed Shia al-Sudani, que tem procurado equilibrar as relações do Iraque com os EUA e o Irã, busca um segundo mandato

O primeiro-ministro Mohammed Shia al-Sudani, que tem procurado equilibrar as relações do Iraque com os EUA e o Irã, busca um segundo mandato
By U.S. Secretary of Defense / Wikimedia Commons

Por sua vez, os partidos sunitas estão concorrendo separadamente. É esperado que o ex-presidente do parlamento, Mohammed al-Halbousi, tenha um bom desempenho.

Entre 2019 e 2021, centenas de milhares de iraquianos formaram um movimento de protesto político contra o sistema e conseguiram eleger candidatos da sociedade civil para o último parlamento. No entanto, não conseguiram conter a elite política entrincheirada, e o movimento perdeu força.

Relações com EUA e Irã

Desde a invasão liderada pelos EUA que depôs Saddam Hussein em 2003, partidos da maioria muçulmana xiita têm dominado o governo do Iraque. Isso colocou Bagdá em uma disputa entre os Estados Unidos e o Irã, a potência xiita da região.

As tensões permanecem elevadas entre os dois países depois que a Casa Branca se juntou a Israel em uma guerra de 12 dias em junho, que atingiu as instalações nucleares de Teerã. O governo Trump também tem insistindo para que o próximo governo assuma a tarefa de desarmar o conjunto de poderosas milícias iraquianas apoiadas pelo Irã.

Para o New York Times, o atual primeiro-ministro do Iraque, Mohammed al-Sudani, se apresenta como um líder capaz de encontrar o equilíbrio certo entre Teerã e Washington.

No início do ano passado, facções pró-Irã no Iraque, consideradas grupos terroristas por Washington, cederam à pressão interna e dos EUA e cessaram os ataques contra essas forças. Bagdá continua sob pressão da Casa Branca para desarmar esses grupos.