Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O porta-voz militar Houthi, Yahya Saree, declarou nesta quinta-feira (09/07) que o grupo conduziu uma “operação militar qualificada” com um míssil balístico contra Israel, após o exército israelense relatar a interceptação do ataque. As Forças Armadas do Iêmen lançaram mísseis balísticos contra o Aeroporto Ben Gurion e afirmaram que continuarão a atacar “o regime sionista” até o fim da agressão em Gaza.

Saree assegurou que o ataque atingiu seus objetivos, disparando sirenes de alerta aéreo em mais de 300 cidades e assentamentos na Palestina ocupada. Segundo a agência iraniana Tasnim, ele destacou que o Iêmen seguirá ampliando suas capacidades militares para apoiar o povo palestino.

O porta-voz acrescentou que o país planeja expandir suas operações, atacando instalações militares e estratégicas em territórios ocupados e mantendo o bloqueio naval contra Israel. “Nossas campanhas persistirão até que Israel cesse a agressão e levante o cerco a Gaza”, afirmou.

Mohammed al-Bukhaiti, membro sênior do Conselho Político dos Houthis, reafirmou o compromisso do Iêmen com a resistência palestina e advertiu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que qualquer escalada provocará retaliações mais severas.

Fontes iemenitas relataram avanços contínuos em sua defesa aérea, sugerindo que preparavam “novas surpresas” para desafiar a superioridade aérea israelense.

O porta-voz militar iemenita, Brigadeiro-General Yahya Sari, disse que o principal aeroporto internacional de Israel foi atacado e que a operação atingiu seus objetivos, paralisando as instalações sionistas

O porta-voz militar iemenita, Brigadeiro-General Yahya Sari, disse que o principal aeroporto internacional de Israel foi atacado e que a operação atingiu seus objetivos, paralisando as instalações sionistas
Yemeni Military

Ataques navais e defesas avançadas

Nas últimas semanas, o Iêmen intensificou suas operações contra Israel, afundando navios vinculados ao país e lançando bombardeios repetidos em território ocupado. Na terça-feira (08/07), dois morreram no ataque Houthi a um navio de bandeira liberiana e operado pela Grécia no Mar Vermelho.

Saree afirmou que as defesas aéreas iemenitas resistiram com êxito a ataques israelenses, utilizando mísseis terra-ar de fabricação local para perturbar pilotos e centros de comando. Analistas militares avaliam que o Iêmen está estabelecendo uma “nova equação” no conflito, combinando mísseis, bloqueio naval e defesas aéreas aprimoradas.

O brigadeiro-general Abdulghani al-Zubaidi, especialista militar em Sanaa, disse à emissora catari Al Jazeera que os sistemas iemenitas dependem exclusivamente de armas locais, um marco sem precedentes na indústria militar árabe. Segundo ele, até autoridades dos EUA reconheceram a complexidade de neutralizar o arsenal de mísseis do Iêmen.

Análises: avanços tecnológicos e desafios para Israel

Abdulaziz Abu Talib, analista militar, destacou que a rede de defesa integrada do Iêmen já demonstrou capacidade de frustrar ataques aéreos israelenses. Ele citou mísseis balísticos avançados, como o Mutayeh (movido a combustível sólido e com capacidade de manobra em alta velocidade), além de outros sistemas não revelados.

Abu Talib lembrou que as forças iemenitas quase abateram caças F-35 e F-16 em confrontos anteriores, sinalizando um possível declínio na supremacia aérea israelense. “Os desafios para Israel crescerão à medida que o Iêmen avança em sua indústria bélica”, alertou.

O jornalista Hamdan al-Bakari sugeriu que o Iêmen pode estar desenvolvendo novas capacidades para ameaçar aeronaves israelenses em seu espaço aéreo. Segundo ele, os Houthis trabalham para aprimorar sistemas — desde ataques com mísseis até tentativas de penetrar o Domo de Ferro e, eventualmente, atingir caças israelenses no território iemenita.

(*) Com Tasnim News Agency