Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O secretário-geral do Hezbollah, Sheikh Naim Qassem, classificou como “perigosa” ao criticar duramente a decisão do Gabinete libanês que designou ao Exército a elaboração de um plano abrangente para consolidar armas sob controle estatal até o final de 2025.

Durante a cerimônia de Arbaeen do Imam Hussein em Baalbek nesta sexta-feira (15/08), o líder da resistência afirmou que o desarmamento “retira do Líbano suas capacidades defensivas” em meio às hostilidades em andamento e “facilita a morte de combatentes da resistência e suas famílias”.

A medida, anunciada em 5 de agosto, foi tomada após longa reunião ministerial no palácio presidencial em Baabda, presidida pelo presidente Michel Aoun e pelo primeiro-ministro Najib Mikati.

Críticas do Hezbollah

Qassem disse que é “violação da coesão social”, alertando que “expõe o país a uma crise muito séria”. Acusou ainda o governo libanês de executar “um esquema EUA-Israel para desmantelar a resistência”, mesmo ao custo de “mergulhar o Líbano na guerra civil”.

“Este governo está a serviço do projeto israelense, conscientemente ou não. Se vocês se sentem impotentes, deixem-nos enfrentar o inimigo nós mesmos. Não precisamos que vocês se envolvam”, declarou.

Secretário-geral do Hezbollah pede que todas as facções libanesas se unam para defender sua terra e soberania

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TV Estatal Libanesa

O líder enfatizou que o dever do governo “não é entregar o país ao inimigo ou à hegemonia americana”, questionando: “Como vocês, como governo, podem facilitar a matança de seus próprios cidadãos?”. Sobre os assentamentos israelenses, disparou: “Você já ouviu falar do plano de Netanyahu para um ‘Grande Israel’? O que está fazendo a respeito?”.

Qassem reafirmou que a Resistência “tirou sua legitimidade do sangue dos mártires, não da aprovação governamental”, e advertiu: “Não arrastem o Exército libanês para conflitos internos”. Acrescentou que “a verdadeira soberania só existe quando fortalecida pela resistência que libertou nossa terra”.

Além disso, o secretário-geral do Hezbollah declarou que “a maioria dos libaneses apoia a Resistência” e pediu o apoio de todos as facções: “Unamos forças para construir este país. Ele não pode ser construído por um grupo isolado. Precisamos viver com dignidade, ou o Líbano não resistirá se optarem pela oposição”.