Governo sírio anuncia compromisso de proteger as comunidades em Sweyda

Ministro das Relações Exteriores e Expatriados, Asaad Hassan al-Shaibani, afirmou o compromisso do governo sírio em proteger todas as comunidades na província de Sweyda, no sul da Síria, confrontando e responsabilizando todos os autores de violações, independentemente do partido.

Segundo a Agência Nacional de Notícias Árabe Síria (SANA), o diplomata ressaltou que a construção só pode ser feita por meio do diálogo, da justiça, do respeito à diversidade e da reconciliação nacional abrangente para todos os sírios, sem discriminação.

Na terça-feira (12/08), o Reino Hachemita da Jordânia sediou uma reunião conjunta jordaniana-síria-americana para discutir a situação na Síria e maneiras de apoiar o processo de reconstrução do país em bases que garantam sua segurança, estabilidade, soberania, unidade e não interferência em seus assuntos, atendam às aspirações de seu povo irmão e preservem os direitos de todos os sírios.

Além de Al-Shaibani, a reunião contou com a presença do vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores e Expatriados da Jordânia, Ayman Safadi, do embaixador dos EUA na Turquia e enviado especial dos EUA para a Síria, Thomas Barrack, e de representantes de instituições relevantes nos três países. O encontro foi uma continuação das negociações realizadas em Amã em 19 de julho de 2025, para discutir a consolidação do cessar-fogo na província de Sweyda e a resolução da crise no local.

O diplomata sírio agradeceu os participantes e acrescentou que a reunião foi construtiva e transparente ao “abordar a realidade dos desafios sírios que enfrentamos nesta fase crítica, pela discussão franca sobre o futuro da Síria e pela firme posição rejeitando quaisquer esforços que ameacem a segurança e a estabilidade em nossa região”.

O Ministro Al-Shaibani continuou: “Afirmamos nosso compromisso de proteger nosso povo em Sweyda de todos os componentes — drusos, beduínos e cristãos — e enfatizamos a necessidade de confrontar firmemente qualquer retórica sectária ou inflamatória de qualquer partido”.

‘Afirmamos nosso compromisso de proteger nosso povo em Sweyda de todos os componentes — drusos, beduínos e cristãos’, afirma o Ministro das Relações Exteriores e Expatriados, Asaad Hassan al-Shaibani
SANA

O Ministro das Relações Exteriores e Expatriados afirmou: “Nosso povo druso é parte integrante da Síria e tem seu próprio status histórico e nacional. Rejeitamos categoricamente qualquer tentativa de marginalizá-lo ou excluí-lo sob qualquer pretexto ou circunstância”.

“O governo sírio afirma sua contínua prontidão para continuar enviando ajuda ao nosso povo em Sweyda e apoiar iniciativas que visem restaurar serviços, promover a reconciliação e diminuir a distância com o Estado”, continuou.

O líder concluiu “reafirmamos que a justiça começa com a responsabilização e estamos comprometidos em responsabilizar todos aqueles que cometeram violações, independentemente do partido, porque a responsabilização é o melhor caminho para um Estado de direito e justiça”.

Estados Unidos e a região de Sweyda

O governo do republicano Donald Trump está atualmente tentando negociar um acordo que supostamente estabeleceria um corredor humanitário conectando Israel à cidade de Sweyda, para facilitar a entrega de ajuda à comunidade drusa naquela região, de acordo com declarações de uma autoridade americana e duas autoridades israelenses que falaram ao site norte-americano Axios.

Embora um corredor humanitário possa potencialmente aliviar as condições no território, onde a instabilidade persiste apesar do cessar-fogo, a ONU tem alertado sobre o bloqueio de rotas de ajuda e a piora da segurança. O governo sírio alertou Washington de que a passagem pode ser explorada por milícias drusas para contrabando de armas.

O enviado dos EUA para a Síria, Tom Barrack, deve se reunir em Paris nesta quarta-feira (13/08) com o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, e o ministro das Relações Exteriores da Síria, Asaad al-Shaibani, para intermediar um acordo. Essa é a segunda reunião de alto nível entre as partes em apenas três semanas.