Ataque dos EUA ao Irã pode levar à crise econômica mundial, alerta FMI
Diretora-geral da instituição, Kristalina Georgieva, alerta sobre riscos de alta dos preços do petróleo e da energia com o fechamento do Estreito de Ormuz
Após os ataques dos Estados Unidos contra as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan, ocorridas na madrugada de domingo (22/06), o Parlamento iraniano se reuniu e emitiu uma resolução que permite ao governo fechar o estreito de Ormuz, a principal rota e por onde transita cerca de um quinto de toda a produção global de petróleo.
A proposta vem gerando reações no mercado. Ela ainda precisa ser aprovada pelo líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, e passar pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional para entrar em vigor.
Em entrevista à Bloomberg TV, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva alertou que a escalada de tensões promovidas com a entrada dos Estados Unidos no conflito, pode desencadear uma crise econômica mundial.
Com o fechamento do Estreito de Ormuz, a agência prevê um cenário de alta nos preços da energia e de custos logísticos, seguido de pressão inflacionária nos preços do petróleo e, caso a crise se prolongue, de revisão de suas projeções de crescimento para as economias emergentes.
“Digamos que haja mais turbulência afetando as perspectivas de crescimento em grandes economias – então temos um impacto desencadeador de revisões para baixo nas perspectivas de crescimento global”, afirmou.

Escalada de tensões na região pode desencadear uma crise econômica mundial, diz diretora-geral do FMI
Reprodução/ Flickr Friends of Europe
Riscos
Frente às turbulências, o preço do barril de petróleo Brent chegou a US$ 81,40 (máxima em cinco meses) no domingo, passando para US$ 77,94 nesta segunda-feira. Analistas do Goldman Sachs projetam que o valor do petróleo pode chegar a US$ 110 se o Irã reduzir o fluxo pela metade por um mês.
“Isso geraria efeitos em cascata: inflação, revisão para baixo do crescimento global e turbulência em economias já fragilizadas”, destacou Georgieva. A prioridade, apontou, é evitar que a crise geopolítica se transforme em um terremoto econômico global.
A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, também se manifestou sobre o bloqueio. “O fechamento do Estreito de Ormuz por parte do Irã seria extremamente perigoso, e não seria bom para ninguém”, disse ao entrar em reunião de ministros das Relações Exteriores em Bruxelas, nesta manhã.























