Escalada de violência entre facções deixa 37 mortos na Síria
Confrontos por controle de território entre tribos beduínas e grupos locais ocorreram perto de aeroporto estratégico e vilas rurais em Sweida
A região de Sweida na Síria foi alvo de conflitos violentos nas últimas 24 horas. Os confrontos violentos na região ocorreram na noite deste domingo (13/07), entre facções drusas armadas e grupos tribais beduínos, nas proximidades do aeroporto militar de al-Thalaa e da ponte da vila de Hazm, ao norte da província.
Na manhã desta segunda-feira (14/07), todos os indivíduos detidos pelas tribos beduínas e facções locais em Sweida, na Síria, foram libertados. Os combates na região deixaram pelo menos 37 mortos e mais de 100 feridos.
A libertação foi alcançada por meio de mediação liderada pelo xeque al-‘Aql Yusuf Jarbou, em coordenação com figuras religiosas drusas e anciãos tribais. A informação foi divulgada pelo jornal libanês Al Mayadeen.
O Ministério do Interior da Síria declarou que as forças governamentais intervirão imediatamente para resolver o conflito. Em paralelo, o Ministério da Defesa sírio apelou a todas as partes em Sweida para que cooperem com as forças de segurança e exerçam contenção.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), sediado no Reino Unido, informou que o Ministério da Defesa da Síria enviou reforços significativos para a região.
Sweida abriga grande parte da população drusa da Síria e, em abril e maio, viveu dias violentos devido a combates entre as forças de segurança do regime governado por Ahmed Al-Sharaa e combatentes drusos.
Moradores fugiram da cidade de Khalkhala em direção a Sweida, temendo que os combates atingissem áreas urbanas. Relatos confirmam a tomada armada da vila de al-Surah, enquanto facções locais retomaram o controle de al-Tayra, a oeste da província.

Dezenas de casas de civis foram queimadas e destruídas durante o conflito na região de Sweida, pelo menos 37 pessoas foram mortas
@ilketvcomtr / X
Reação das autoridades
Segundo o Al Mayadeen, o governador de Sweida, Mustafa al-Bakour, pediu “contenção e capacidade de resposta às demandas por reconciliação nacional”, alinhando-se à retórica do governo.
O xeque da comunidade drusa na Síria, Hammoud al-Hanawi, exigiu que o presidente Al-Sharaa tome “medidas decisivas para pôr fim às provocações” e apelou ao cessar de ações que “semeiam discórdia e beneficiam apenas os inimigos da unidade síria”.
O movimento Rejal al-Karamah (Homens de Dignidade) culpou o governo sírio, em comunicado, pela “deterioração da segurança na província”, alertando que a agitação atual “ameaça a paz civil e abre caminho para o caos”.
O grupo destacou que a crise tem raízes na “ausência deliberada do Estado na segurança da estrada vital que liga Damasco a Sweida” e no desrespeito contínuo do governo às violações contra civis ao longo dessa rota.
Os Homens de Dignidade afirmaram que, embora busquem evitar mais derramamento de sangue, “o princípio da autodefesa não é negociável”. Eles declararam mobilização geral com o objetivo de “dissuadir violadores da segurança pública”, proteger a ordem civil e não buscar vingança.























