Sábado, 6 de dezembro de 2025
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As Forças de Defesa de Israel (FDI, como são chamadas as Forças Armadas do país) bombardearam nesta quinta-feira (26/12) a cidade de Sanaa, capital do Iêmen. Um dos locais atingidos foi o aeroporto local, onde estava o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e sua equipe.

“Quando estávamos prestes a embarcar em nosso voo de Sanaa, o aeroporto foi bombardeado. Um dos tripulantes do nosso avião ficou ferido. Pelo menos duas pessoas morreram. A torre de controle, a sala de embarque, alguns metros de onde estávamos, e a pista ficaram danificadas”, escreveu a alta autoridade de saúde, afirmando que está em segurança.

Adhanom e seus colegas da Organização das Nações Unidas partiriam de Sanaa após concluir a missão de negociação para libertar detidos da ONU e avaliar a situação humanitária e de saúde no Iêmen, segundo explicou por meio de uma nota.

“Teremos que esperar que os danos no aeroporto sejam reparados antes de podermos partir. Nossas sinceras condolências às famílias cujos entes queridos perderam a vida no ataque”, expressou o diretor-geral da OMS.

As FDI, contudo, declararam que os alvos atingidos no Iêmen foram “infraestruturas utilizadas pelo regime terrorista Houthis para as suas atividades militares”, incluindo a “transferência de armas iranianas”.

As ofensivas de Israel, que atingiram diversos pontos da nação, como também o porto de Hodeida, ocorreram em resposta aos recentes lançamentos de mísseis efetuados pelo grupo rebelde Houthis, aliados à causa palestina.

Os lançamento israelenses ocorreram durante um discurso do líder do grupo xiita pró-Irã, Abdul-Malik al-Houthi. A emissora Al Masirah, afiliada ao grupo rebelde, descreveu a ofensiva como uma “agressão israelense”.

Por sua vez, em um vídeo divulgado pelo seu gabinete, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que seguirá atacando os Houthis “até que o trabalho seja concluído”.

“Estamos determinados a cortar este ramo terrorista do eixo iraniano do mal. Continuaremos até que o trabalho seja concluído”, declarou o chefe de governo, sem mencionar o diretor da OMS e os trabalhadores humanitários que estavam junto a ele.

UN Photo by Violaine Martin/Flickr
Diretor da OMS partiria de Sanaa após concluir missão para avaliar situação humanitária e de saúde no Iêmen

Ataques contra a Faixa de Gaza

Enquanto isso, Israel também prossegue atacando a Faixa de Gaza. Pelo menos dez pessoas morreram e cerca de 30 ficaram feridas nesta quinta-feira (26/12) em nova série de bombardeamentos israelenses contra o enclave.

A imprensa palestina e árabe indicou que os ataques se concentraram na área de Sabra, ao sul da cidade de Gaza, e em Jabalia al-Balad, no norte do território palestino.

Segundo a agência de notícias Wafa, cinco pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas após um ataque aéreo a uma casa no bairro de Zeitoun, na cidade de Gaza.

Da mesma forma, dez civis sofreram ferimentos de gravidade variável em outro ataque contra uma área residencial a noroeste da capital de Gaza.

Já na área de Jabalia al-Balad, a norte da Faixa de Gaza, as forças israelenses bombardearam uma casa, matando duas pessoas.

A artilharia israelense também retomou o bombardeio de áreas a leste da vila de al-Masdar, a sudeste do campo de al-Maghazi, no centro da Faixa de Gaza.

Entre esses ataques, pelo menos cinco jornalistas do canal de televisão Al Quds morreram após  Israel bombardear o seu veículo em frente ao hospital Al-Awda em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o veículo bombardeado, de modo que se vê claramente a identificação de imprensa.

Entre os jornalistas assassinados estava Ayman Al-Hadi, que estava no hospital com sua esposa, que dava à luz seu primeiro filho. Durante um momento de espera decidiu ir colaborar com os colegas que estavam fora do hospital, sendo atingido e morto.

Os outros jornalistas assassinados foram identificados como Faisal Abu al Qumsan, Ibrahim al Sheikh Ali, Muhammad al Ladah e Fadi Hassouni.

Os bombardeamentos e ataques desta quinta-feira somam-se aos perpetrados por Israel desde 7 de outubro de 2023, aumentando para 45.361 o número total de mortes desde o início da guerra na Faixa de Gaza.

(*) Com Ansa e TeleSUR