Zelensky demite ministros após escândalo de corrupção liderado por ex-sócio
Presidente da Ucrânia também pediu sanções a ex-agente em seus tempos de comediante; esquema está relacionado com propinas no setor nuclear
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky anunciou nesta quinta-feira (13/11) a demissão dos ministros da Justiça, Herman Halushchenko, e de Energia, Svitlana Hryntchouk, ambos ligados ao mais recente escândalo de corrupção que surgiu no país.
O caso envolve um esquema de propinas dentro da empresa pública de energia atômica Energoatom, que teria começado quando Halushchenko era o titular do Ministério de Energia, e continuou com sua sucessora, que assumiu o cargo em julho deste ano.
No entanto, o líder e idealizador do esquema seria o empresário Timur Mindich, co-fundador (junto com Zelensky) da Kvartal 95, produtora de vídeos pela qual ele também atuava como agenciador da carreira do comediante.
De acordo com a Agência Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU, por sua sigla em inglês), o esquema teria desviado cerca de US$ 100 milhões (equivalentes a R$ 550 milhões) durante os anos em que funcionou.
Fuga do país
Junto com o anúncio da demissão, Zelensky pediu sanções contra Mindich. Horas depois, a Justiça ucraniana decretou sanções contra o empresário.
Também nesta quarta, a polícia local realizou uma operação de busca e apreensão no apartamento de Mindich em Kiev, na qual se descobriu que ele fugiu do país. A imprensa local especula que o empresário teria viajado a Israel na segunda-feira (10/11), quando o caso veio à tona.

Zelensky e Mindich foram sócios nos tempos em que o atual presidente era comediante
Harry Boone / X
Casos de corrupção
O governo de Volodymyr Zelensky vem enfrentando diversos escândalos de corrupção nos últimos meses. Antes do atual caso, houve outro em em agosto deste ano, sobre um contrato para compra de drones militares por parte de uma empresa estatal, no qual foi detectado superfaturamento de 30%.
Semanas antes, em julho passado, o mandatário tentou implementar medidas para desestruturar a Agência Anticorrupção e também a Promotoria Especializada Anticorrupção (SAP, por sua sigla em inglês).
Na época, o Executivo ucraniano tentou instalar por decreto uma reforma que tornaria a NABU e a SAP diretamente subordinadas ao escritório do procurador-geral da Ucrânia, cargo que é nomeado por Zelensky.
A medida despertou alta rejeição dentro da Ucrânia e também por parte de países aliados, especialmente da Europa.
A pressão levou Zelensky a desistir da reforma, ainda em julho deste ano.























