Xi Jinping telefona para Putin e reforça apoio às negociações de paz na Ucrânia

O presidente da China, Xi Jinping, reafirmou nesta sexta-feira (08/08) o compromisso de Pequim com a promoção de negociações de paz para encerrar a guerra na Ucrânia. A declaração foi realizada em uma conversa telefônica com o presidente russo, Vladimir Putin, segundo informou a emissora estatal chinesa CCTV.

Xi também elogiou o encontro entre Rússia e Estados Unidos e demonstrou apoio a qualquer esforço diplomático que leve ao cessar-fogo. “A China gostaria de ver a Rússia e os Estados Unidos manterem contato, melhorarem suas relações e promoverem uma solução política para a crise na Ucrânia”, afirmou.

Na próxima semana, Putin e o presidente norte-americano Donald Trump devem se encontrar para discutir as propostas que levem ao fim do conflito. A data e o local ainda não foram divulgados.

Segundo a Fox News, a reunião poderia ser realizada na próxima segunda-feira (11/08). O veículo citou Roma como um possível lugar, o que foi refutado pela agência russa TASS que disse ter ouvido de uma fonte que “a Europa não servirá como ponto de encontro”.

The Guardian informa que Putin sugeriu os Emirados Árabes Unidos como um possível local, após uma reunião com o presidente do país, Mohamed bin Zayed Al Nahyan, no Kremlin.

Nesta manhã, além do presidente chinês, Putin também conversou com Alexander Lukashenko, da Bielorrússia, segundo a agência Belta; e com os líderes do Cazaquistão e do Uzbequistão, destaca a TASS.

Xi Jinping reitera apoio a qualquer esforço diplomático que leve ao cessar-fogo na Guerra da Ucrânia
Tania Rego / Agência Brasil

Reunião bilateral

Nesta quinta-feira (07/08), o jornal New York Post informou que um funcionário da Casa Branca teria condicionado o encontro entre Trump e Putin a uma reunião prévia entre Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Trump rejeitou imediatamente a versão, em entrevista no Salão Oval: “não, ele não [precisa se encontrar com Zelensky]. Eles gostariam de me encontrar e farei o que puder para impedir a matança”, disse o presidente norte-americano.

O Kremlin já havia reiterado que a reunião será bilateral. “Devemos focar na preparação para a reunião bilateral com Trump. Quanto a uma reunião a três, isso foi apenas mencionado pela parte americana, mas não foi discutido com a Rússia”, afirmou o conselheiro do Kremlin, Yuri Ushakov.

The Guardian destaca que o próprio Putin havia afirmado, sobre o tema, “não ter nada contra”, mas reiterado que “certas condições devem ser criadas para isso” e que “infelizmente, ainda estamos longe de criar tais condições”.

O jornal britânico informa que, em meio às articulações entre Washington e Moscou, Zelensky vem intensificando contato com seus aliados europeus. Nesta sexta-feira (08/08), ele conversou por telefone com o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk que reiterou o apoio da Polônia à integridade territorial da Ucrânia e alertou para o risco de acordos paralelos entre potências que excluam Kiev da mesa de negociação.