Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Os líderes dos países-membros da União Europeia declararam nesta terça-feira (12/08), por meio de uma nota conjunta, que a Ucrânia não pode ser excluída das negociações para solucionar a guerra com a Rússia, enfatizando que o país de Volodymyr Zelensky deve “decidir seu próprio destino”.

A declaração chega a três dias da aguardada reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, encontro para o qual Zelensky não foi convidado.

“O caminho rumo à paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia. Negociações significativas podem acontecer apenas no âmbito de um cessar-fogo ou de uma redução das hostilidades”, diz o documento assinado por todas as nações que integram a UE, com exceção da Hungria, que se opõe à ajuda militar do bloco à Ucrânia. Para o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, o endosso prolonga o conflito e prejudica a economia europeia.

“Uma paz justa e duradoura, que leve estabilidade e segurança, deve respeitar o direito internacional, incluindo os princípios de independência, soberania, integridade territorial e inviolabilidade das fronteiras internacionais”, defende a declaração.

Apesar do alerta sobre a ausência ucraniana na reunião, os líderes europeus acenaram “os esforços do presidente Trump” para solucionar a guerra. Além disso, o bloco se comprometeu a prestar apoio político, financeiro, econômico, humanitário, militar e diplomático à Ucrânia, destacando que “continuará também a apoiar e a implementar medidas restritivas contra a Federação Russa”.

Presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, devem discutir solução para a guerra na Ucrânia nesta sexta-feira (15/08)
Kremlin.ru

Sanções à Rússia

No dia anterior, a alta representante da UE para a Política Externa, Kaja Kallas, informou que o bloco está avaliando aplicar mais sanções contra a Rússia, além de fornecer um novo pacote de apoio militar à Ucrânia.

Em discurso na reunião por videoconferência com os ministros de Relações Exteriores da UE, a diplomata afirmou que o bloco “trabalhará em um 19º pacote de sanções” contra Moscou. De acordo com Kallas, para o fim definitivo da guerra, é preciso que os líderes europeus se empenhem “de forma a não deixar nenhuma porta aberta para a Rússia retornar e retomar a agressão”.

O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, por sua vez, destacou que “a segurança da Europa está em risco” e defendeu que a UE participe das negociações entre a Rússia e a Ucrânia.

Embora Putin e Trump tenham já um encontro marcado para negociações de paz nesta semana, em rede social, Zelensky acusou o seu homólogo russo de não estar se preparando para um cessar-fogo, mas sim para “novas operações ofensivas”. De acordo com o presidente ucraniano, relatórios da inteligência nacional e dos militares indicam que o líder do Kremlin pretende fazer de sua reunião com Trump “uma vitória pessoal e depois continuar agindo exatamente como antes”.

Sobre as recentes declarações da UE, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, respondeu que os líderes europeus estão adotando uma tática para “se livrar da responsabilidade pela grave crise socioeconômica que seus países enfrentam”.

“Para justificar a agressão e desviar a frustração da sociedade contra a Rússia, uma complexa campanha de difamação foi lançada – alimentada por constantes provocações, falsidades e mentiras descaradas. Em meio a uma profunda crise socioeconômica, os líderes europeus de hoje aparentemente precisam desesperadamente de um ‘inimigo’ para culpar por seus fracassos e problemas”, disse a diplomata em entrevista à revista Expert.

“O Ocidente promoveu e apoiou o regime neonazista em Kiev, obcecado em erradicar tudo o que é russo. Apesar das estratégias fracassadas de blitzkrieg, sanções e esforços para armar o regime de Kiev, essas medidas não mudaram as realidades na linha de frente”, acrescentou.

(*) Com Ansa e TASS