UE precisa fazer mais pela Ucrânia, diz Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira (11/03) que a União Europeia precisa “fazer mais” pelo país, que está inserido em um contexto de guerra com a Rússia desde 24 de fevereiro.

A declaração foi feita um dia após uma cúpula da UE em Versalhes, na França, em que os líderes presentes descartaram usar atalhos para aprovar a adesão de Kiev ao bloco, nesta quinta-feira (10/03).

“Houve um encontro muito importante entre os líderes da UE. Sabemos o que disseram, quem falou, quem nos apoiou, quem ficou em silêncio. Precisamos de mais força”, afirmou Zelensky.

Segundo o presidente, as decisões dos líderes devem “respeitar o sentimento da população”. “Pelo menos 60% dos europeus é a favor [da adesão da Ucrânia]. A UE deve fazer mais por nós, estamos esperando”, acrescentou.

A convite da França, os líderes europeus se reuniram na última quinta em Versalhes para discutir o conflito russo-ucraniano e falaram em “aprofundar” as relações com Kiev. No entanto, ninguém se comprometeu com uma eventual adesão da Ucrânia.

“O Conselho Europeu [que reúne os líderes do bloco] reconheceu as aspirações europeias da Ucrânia. Em 28 de fevereiro de 2022, exercitando o direito de escolher o próprio destino, a Ucrânia apresentou o pedido para se tornar membro da União Europeia”, diz um comunicado dos chefes de Estado e de governo.

“O Conselho agiu rapidamente e convidou a Comissão Europeia [poder Executivo da UE] a apresentar seu parecer, conforme as disposições dos tratados. Enquanto isso, vamos reforçar ainda mais nossos laços e aprofundaremos nossa parceria para apoiar a Ucrânia em seu percurso europeu. A Ucrânia pertence à nossa família europeia”, acrescenta o texto.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que o órgão vai convidar Zelensky “regularmente” para suas reuniões.

No entanto, o premiê holandês, Mark Rutte, deixou claro que não existem “procedimentos velozes” para a adesão de um país à UE. O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, seguiu a mesma linha e disse que “as regras de entrada são muito precisas e preveem um longo período de reformas estruturais”.

Além da Ucrânia, Geórgia e Moldávia também formalizaram seus pedidos de entrada no bloco depois do início da invasão russa.

Um dos objetivos da ofensiva militar do regime de Vladimir Putin é justamente impedir o expansionismo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre as fronteiras russas, por se tratar de uma ameaça ao país, de acordo com Moscou. Ainda segundo a Rússia, o país vizinho tem de ser um “território neutro”.

(*) Com Ansa.