Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (19/08) que após sua mediação, cabe aos mandatários da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, encontrar uma solução para o conflito.

A declaração foi dada em entrevista à emissora Fox News, na esteira da cúpula com Zelensky e líderes europeus na Casa Branca, na última segunda-feira (18/08).

De acordo com o republicano, Putin e Zelensky são os que “têm de dar as ordens” para acabar com a guerra. “Nós estamos a 7 mil quilômetros de distância”, acrescentou o presidente, sobre a distância de seu país da zona de conflito.

Ao mencionar a possibilidade de um encontro trilateral, Trump disse que “vai deixá-los se encontrar primeiro” porque Putin e Zelensky “não têm sido exatamente melhores amigos”.

Se o encontro entre os líderes de Rússia e Ucrânia der resultados, Trump se juntaria para um “trilateral para fechar o acordo”. “Espero que o presidente Putin se comporte bem. Se não se comportar, a situação será difícil. E espero que Zelensky faça o que precisa fazer. Ele também precisa mostrar alguma flexibilidade”, detalhou.

De acordo com Trump, os preparativos para uma reunião entre Moscou e Kiev começaram logo após a cúpula com o mandatário ucraniano e líderes europeus na Casa Branca.

“Telefonei para Putin e comecei a organizar um encontro, em um lugar a ser definido, entre Putin e Zelensky. Depois desse encontro, teremos um trilateral comigo e os dois presidentes”, afirmou Trump na rede social Truth.

Logo depois da reunião com os europeus, o republicano telefonou para o chefe do Kremlin, com quem conversou por cerca de 40 minutos. Segundo o governo russo, os dois presidentes defenderam negociações diretas entre delegações de Moscou e Kiev, e em um “nível mais alto”.

Trump assegurou que “haverá alguma forma de segurança” na Ucrânia, mas que “não pode ser a OTAN” 
Official White House Photo by Joyce N. Boghosian

Suíça se oferece para sediar encontro entre Putin e Zelensky

Em meio a possibilidade de um encontro entre Putin e Zelensky, a Suíça confirmou nesta terça-feira (19/08) sua disponibilidade para sediar a reunião entre os mandatários. A ideia é defendida pela Itália e França.

“Agradeço ao presidente [da França, Emmanuel Macron] e à primeira-ministra [da Itália, Giorgia Meloni] pela confiança em nosso país. Outros países também já manifestaram um desejo nesse sentido, e a Suíça está prontíssima, mesmo a curto prazo”, declarou o ministro das Relações Exteriores da nação, Ignazio Cassis, durante encontro com seu homólogo italiano, Antonio Tajani, em Berna, a capital suíça.

Cassis acrescentou que promover reuniões diplomáticas “é a especialidade” da Suíça. “Sabemos fazer isso bem, das questões logísticas às questões legais, técnicas e diplomáticas. Nós estamos à disposição”, declarou.

Pouco antes, Tajani havia defendido que o encontro entre Zelensky e Putin aconteça na cidade suíça de Genebra, cidade com longo histórico de negociações de paz e que também abriga escritórios da Organização das Nações Unidas (ONU).

“A Itália é favorável a que as conversas ocorram em Genebra, porque [a Suíça] é um país que sempre trabalhou pela paz”, disse o ministro.

Tajani chegou a mencionar a possibilidade de Roma sediar o encontro, contudo a Itália é país signatário do Tribunal Penal Internacional (TPI), que emitiu um mandado de prisão contra Putin por supostos crimes de guerra na Ucrânia. Caso o mandatário russo viajasse ao território italiano, Roma precisaria efetuar o mandado de prisão.

Exigências para encerrar conflito

Para encerrar a guerra, a Rússia exige o reconhecimento da anexação da Crimeia, península conquistada em 2014, e que a Ucrânia abra mão da totalidade das províncias de Donetsk e Lugansk, no chamado Donbass, e dos territórios já conquistados por Moscou nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia.

Em troca, Putin teria aceitado a proposta italiana para EUA e Europa fornecerem garantias de segurança a Kiev nos moldes do artigo 5 da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que diz que um ataque a um membro é um ataque contra todos, porém sem que a Ucrânia faça parte da aliança.

Ainda não está claro, no entanto, como essas garantias funcionariam. Segundo Trump, Alemanha, França e Reino Unido querem enviar tropas para o território ucraniano após um eventual cessar-fogo, enquanto o papel dos Estados Unidos seria exercido por via aérea.

Em sua entrevista à Fox News, Trump afirmou que “haverá alguma forma de segurança” na Ucrânia, mas que “não pode ser a OTAN” e que “isso jamais aconteceria”.

(*) Com Ansa e informações da TASS