Trump propõe uso de empresas privadas em plano de paz para Ucrânia
Republicano discute com líderes europeus alternativas ao envio de tropas regulares e avalia presença de companhias de segurança no país
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem discutido com aliados europeus o envio de empresas norte-americanas de segurança privada para a Ucrânia como parte de um “plano de paz” de longo prazo, conforme reportado pelo jornal britânico The Telegraph.
A proposta busca cumprir a promessa de Washington para Moscou que tropas regulares norte-americanas não seriam enviadas ao país.
Conforme o plano, companhias privadas poderiam ser encarregadas de reconstruir defesas na linha de frente e novas bases, além de proteger empresas americanas.
Segundo autoridades dos EUA, a presença de agentes de segurança funcionaria como fator de dissuasão contra a Rússia em caso de rompimento de um cessar-fogo futuro.
A medida é discutida em paralelo a outras garantias de segurança elaboradas por uma coalizão liderada pelo Reino Unido e pela França, que devem servir de base para o acordo.
Os detalhes finais, que incluem policiamento aéreo, treinamentos e missões navais no Mar Negro, podem ser anunciados no próximo final de semana, trazendo um possível desfecho para as discussões, que começaram após a cúpula de Trump com o presidente russo Vladimir Putin no Alasca.
O aceno de Trump para as garantias de segurança teria sido, segundo o jornal, recebido como sinal positivo por militares europeus. Autoridades europeias avaliam que a principal estratégia para evitar novos conflitos deve ser fortalecer o exército ucraniano.
Pelos termos discutidos, tropas de Kyiv defenderiam fronteiras fortificadas, enquanto aliados parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) poderiam oferecer treinamento e rearmamento.
O plano prevê, ainda, que a Ucrânia continue adquirindo sistemas norte-americanos, como as baterias de defesa aérea Patriot e lançadores de foguetes Himars, financiados por países europeus.

Donald Trump discute envio de empresas norte-americanas de segurança privada com aliados europeus como parte de ‘plano de paz’ de longo prazo para Ucrânia
Casa Branca/Flickr
Paralelo com Iraque e Afeganistão
As empresas de segurança privadas teriam papel semelhante ao que desempenharam no Iraque e no Afeganistão, responsáveis por construir fortificações e bases avançadas.
Fontes citadas pelo Telegraph afirmam que sua presença daria aos EUA envolvimento direto, ampliando o efeito contra um ataque russo, pelo receio de retaliação.
A discussão sobre o uso de companhias privadas remonta a um acordo entre Washington e Kyiv voltado à exploração de recursos minerais e terras raras na Ucrânia.
A Casa Branca, no entanto, mantém a posição de não enviar tropas oficiais, embora aceite fornecer amplo suporte a forças europeias.
O Financial Times relatou, ainda, que Trump chegou a sugerir a presença de soldados chineses como forças de paz, proposta que já levantada por Putin.
A ideia, no entanto, foi rejeitada por líderes europeus e anteriormente pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, devido ao apoio de Pequim à Rússia.
Naquele momento, em resposta às especulações, Zelensky afirmou: se os russos querem distância, “eles podem se retirar”.
Também é estudada a criação de uma força europeia de cerca de 30 mil soldados, reduzida em relação às primeiras propostas, para atuar como terceira linha de defesa em território ucraniano.
O contingente incluiria tropas do Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica, além de países bálticos, escandinavos e nórdicos.
Paralelamente, há negociações sobre a implementação de uma zona de exclusão aérea para permitir a retomada gradual de voos comerciais.
Inicialmente, o plano abriria os aeroportos de Lviv e do oeste do país, indo até Kyiv em caso de cessar-fogo.























