Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, rompeu o silêncio e se pronunciou nesta quinta-feira (14/08) sobre seu encontro com o mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, marcado para a próxima sexta-feira (15/08), no Alasca, a respeito da guerra na Ucrânia.

A reunião no Alasca será o primeiro contato pessoal entre os líderes desde que o republicano assumiu a Casa Branca, em janeiro deste ano, com a promessa de encerrar a guerra na Ucrânia. A última visita de Putin aos Estados Unidos foi em 2015.

“Como todos sabem, Trump está fazendo esforços enérgicos e sinceros para acabar com as hostilidades, colocar fim à crise e chegar a acordos que sejam do interesse de todas as partes envolvidas no conflito”, afirmou Putin durante a abertura de uma reunião com membros do alto escalão do governo em Moscou.

O chefe de Estado russo ainda acrescentou que tais acordos “servirão para criar condições a longo prazo para a paz entre nossos países [Rússia e Ucrânia], na Europa e no mundo todo”.

Segundo o conselheiro presidencial do Kremlin Yuri Ushakov, Putin e Trump se reunirão a partir das 11h30 no horário local (16h30 em Brasília) e realizarão um pronunciamento conjunto após o encontro.

De acordo com Ushakov, os esforços para resolver a crise na Ucrânia estarão no topo da pauta da reunião, “especialmente considerando as discussões que ocorreram no Kremlin em 6 de agosto, que envolveram o enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff”.

“Mas é claro que questões mais amplas relacionadas à garantia da paz e da segurança, bem como questões regionais e internacionais urgentes, também serão abordadas”, acrescentou o assessor presidencial russo.

A delegação russa que irá a Anchorage incluirá o próprio Ushakov, além dos ministros Sergei Lavrov (Relações Exteriores), Andrey Belousov (Defesa) e Anton Siluanov (Finanças) e do conselheiro para investimentos estrangeiros Kirill Dmitriev.

De acordo com Kremlin, esforços para resolver a crise na Ucrânia estarão no topo da pauta da reunião entre Putin e Trump
Kremlin/Fotos Públicas

Esforços europeus e sanções norte-americanas

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não foi convidado para a reunião, mas Trump disse que a conversa com Putin pode levar a um encontro trilateral para tentar colocar fim à guerra.

No entanto Kiev e a Europa temem que o presidente dos EUA encaminhe um acordo de paz que seja lesivo para a Ucrânia, inclusive com a cessão dos territórios já conquistados por Moscou.

Por isso, na última quarta-feira (14/08), Trump falou com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus por videoconferência. O objetivo da reunião era convencer o republicano a respeitar os interesses de Kiev nas negociações com Putin, de modo a não ceder territórios ucranianos a Moscou.

Trump, que classificou a reunião como “nota 10”, alertou que “se Putin não concordar em parar a guerra na Ucrânia depois de sexta-feira, ele enfrentará sérias consequências”. Apesar da declaração, o governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (13/08) um alívio nas sanções econômicas contra a Rússia.

O Departamento do Tesouro emitiu uma “licença” autorizando russos a realizar transações enquanto estiverem nos Estados Unidos para a reunião, segundo informou o jornal norte-americano The New York Times.

A licença, que expira em 20 de agosto, suspende certas sanções para que autoridades russas possam comprar produtos em solo norte-americano.

Por outro lado, Putin já planeja um prosseguimento nas relações com Washington após a cúpula de sexta-feira. Segundo ele, os futuros contatos entre a Rússia e os EUA “poderiam se concentrar em novos tratados sobre o controle de armas nucleares estratégicas, o que poderia garantir a paz em todo o mundo”.

Putin insistiu que esse objetivo pode ser alcançado “se chegarmos a acordos sobre armas ofensivas nas próximas etapas” das negociações, segundo informou a agência Tass. O Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start), o último acordo sobre o controle de armas nucleares ainda em vigor entre Moscou e Washington, expira em fevereiro de 2026.

(*) Com Ansa e TASS