Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Ucrânia foi palco de bombardeios que duraram mais de 12 horas entre este sábado (27/09) e domingo (28/09). A Rússia lançou cerca de 500 drones e 40 mísseis contra Kiev e outras regiões, afirmando ter visado alvos militares. Ao menos quatro pessoas morreram e cerca de 70 ficaram feridas.

“Moscou quer continuar em guerra e matando, e merece a mais severa pressão do mundo inteiro”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Nas redes sociais, ele compartilhou imagens dos ataques em várias cidades, classificando-os de “selvagem” e lamentando a morte de uma menina de 12 anos nos bombardeios em Kiev.

Na capital ucraniana, alarmes continuavam soando nesta manhã, enquanto os serviços de resgate prestavam atendimento às vítimas nos escombros de imóveis. Os danos materiais incluem um prédio residencial de cinco andares que foi parcialmente destruído e o desabamento do teto de uma escola no bairro de Darnytski.

Mark Sergeev, de 35 anos, morador de Kiev, contou que ele e sua família dormiam quando um míssil atingiu seu apartamento no meio da noite.

Em Zaporijia, no sul da Ucrânia, os bombardeios deixaram 16 feridos. Cerca de 30 imóveis foram atingidos, com incêndios registrados em vários deles.

Outras cidades, como Odessa, Soumy, Tcherkassy et Mykolaiv, também foram visadas. No entanto, a Rússia alega ter mirado exclusivamente em alvos militares. Em comunicado divulgado neste domingo, o Ministério da Defesa russo classifica o ataque como “massivo”, mas indica que ele se concentrou “em empresas do complexo militar-industrial ucraniano”.

No sábado, mais de 170 municípios ficaram sem eletricidade na região de Chernigov, no norte da Ucrânia, após ataques russos contra infraestruturas.

prédio ucraniano atacado

Ataque russo visou instalações militares ucranianas
RS/Via Fotos Publicas

Guerra contra civis

O chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, acusou a Rússia neste domingo de realizar uma guerra contra os civis. “Haverá uma resposta a essas ações. Mas os golpes do Ocidente à economia russa também precisam ser reforçados”, defendeu.

Os novos ataques ocorrem após a OTAN expressar sua intenção de reforçar a vigilância nas nações nórdicas e bálticas, diante do registro de drones não-identificados que invadiram o espaço aéreo de vários países nos últimos dias. Os ataques são registrados algumas horas depois de Zelensky ter indicado que recebeu de Israel o sistema antiaéreo Patriot, de fabricação norte-americana, para repelir os mísseis russos.

Já a Polônia anunciou a mobilização de sua força aérea “preventivamente” após as incursões de cerca de 20 drones russos e três aeronaves de combate nos céus da Estônia em menos de duas semanas. Segundo as autoridades polonesas, essas medidas têm como objetivo principal proteger a população.

A Rússia nega qualquer responsabilidade nessas intrusões ou ter intenção de atacar um país membro da aliança atlântica. No entanto, adverte que qualquer agressão será retaliada. “Se alguém tentar abater qualquer aeronave sobre nosso território, em nosso espaço aéreo, acredito que se arrependerá”, afirmou o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, no sábado, após seu discurso Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

(*) Com informações da correspondente da RFI em Kiev, Emmanuelle Chaze, e agências.