Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O governo da Rússia disse nesta sexta-feira (09/02) que a demissão do chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valery Zaluzhnyi, “não mudará o curso” da guerra, que completa dois anos no próximo dia 24 de fevereiro.

A declaração foi dada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, um dia após a substituição de Zaluzhnyi por Oleksandr Syrskyi, em meio ao fracasso da contraofensiva de Kiev para reconquistar territórios conquistados pela Rússia.

Zaluzhnyi é uma figura bastante popular na Ucrânia por ter conseguido conter o avanço das tropas russas na maior parte do país, porém suas diferenças com o presidente Volodymyr Zelensky cresceram nos últimos meses.

A distância entre os dois ficou evidente no fim do ano passado, quando Zaluzhnyi admitiu em entrevista que a guerra havia chegado a um “impasse”. Apesar disso, Zelensky conferiu ao general demitido o título de “herói da Ucrânia” por seus “excepcionais serviços na proteção da soberania e da integridade territorial” do país.

O presidente classificou Syrsky como “o comandante ucraniano mais experiente” e lembrou que ele foi responsável pela defesa bem-sucedida de Kiev no início da guerra e depois uma ofensiva bem-sucedida no outono de 2022 na região de Kharkiv.  

“Espero tais mudanças nas Forças Armadas da Ucrânia em um futuro próximo: um plano de ação realista e detalhado para as Forças Armadas da Ucrânia para 2024 deve estar sobre a mesa. Tendo em conta a situação real no campo de batalha agora e as perspectivas”, acrescentou Zelensky. 

Declaração foi dada um dia após a substituição de Valery Zaluzhnyi por Oleksandr Syrskyi, em meio ao fracasso da contraofensiva de Kiev

Governo da Ucrânia

Ofensiva russa na Ucrânia completa dois anos no próximo dia 24 de fevereiro

Risco ucraniano 

A demissão de Zaluzhny marca uma nova etapa em que o líder ucraniano corre risco de cometer um erro, escreve a The Economist.

Para a revista, a demissão ocorreu em parte por causa da popularidade de Zaluzhny no Exército ucraniano e em geral entre os cidadãos do país. 

A Economist destaca que um dos riscos para Zelensky é a insatisfação do Exército da Ucrânia por causa da demissão do seu comandante popular. O general Aleksandr Syrsky, que foi nomeado para o lugar de Zaluzhny, tem a reputação de “estar pronto para entrar em combate, mesmo que o preço em pessoas e equipamentos seja alto”, diz a publicação.

“Esta é uma figura controversa que provoca uma reação agitada entre os oficiais da ativa. Alguns elogiam seu profissionalismo, enquanto outros dizem que ele aterroriza seus subordinados e comanda através do medo. Não acho que ele vá questionar as prioridades do seu presidente [Zelensky]. Quando ele assumir esse alto cargo, terá que suavizar seu estilo de comando e aprender a dizer a verdade às autoridades”, detalhou a revista.

(*) Com Ansa, Brasil de Fato e Sputnik Brasil.