Rússia critica expansão da OTAN e acusa Europa de ‘preparar nova grande guerra’
Ministro das Relações Exteriores rechaça acusações de que Moscou pretende atacar à União Europeia; Kremlin defende segurança igualitária e indivisível
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, participou nesta terça-feira (28/10) da Conferência Internacional de Minsk sobre Segurança Eurasiática e, em seu discurso, rechaçou as alegações de que Moscou esteja planejando realizar ataques à União Europeia (UE).
Ao mesmo tempo, o chanceler russo fez duras críticas à expansão da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), observando que a ampliação da aliança militar ocidental “não para por um minuto”.
“Nunca tivemos, e não temos, qualquer intenção de atacar qualquer Estado-membro atual da OTAN ou da UE. Estamos preparados para consagrar esta posição em futuras garantias de segurança para esta parte da Eurásia, mas os líderes da UE estão evitando considerar essas garantias futuras”, disse o ministro.
De acordo com Lavrov, desde o início do conflito na Ucrânia, a UE começou a exigir garantias de segurança desenvolvidas sem a participação da Rússia e direcionadas contra seus interesses. O ministro destacou que essa abordagem exclui a possibilidade de formar um sistema de segurança europeu equilibrado.
“Também é preocupante que a OTAN esteja expandindo artificialmente sua zona de responsabilidade para muito além da região Euro-Atlântica. Para tanto, eles sequestraram a ideia da indivisibilidade da segurança Euro-Atlântica, a chamada região Indo-Pacífica. Quando perguntamos como isso se relaciona com o Tratado de Washington que institui a OTAN, somos informados de que a organização continua sendo uma aliança puramente defensiva e existe para repelir ameaças aos territórios dos Estados-membros”, apontou Lavrov.

Chanceler russo diz que Moscou não planeja atacar Otan e que posição deve ser consagrada em futuros acordos de segurança
Yegor Aleyev/TASS
“Mas essas ameaças agora emanam de todos os lugares, até mesmo das águas do Mar da China Meridional e do Estreito de Taiwan. A OTAN busca conquistar um lugar para si no Oceano Pacífico, minando os próprios alicerces da arquitetura de segurança regional […] E isso está sendo feito com o objetivo óbvio de conter a China, isolar a Rússia e confrontar a Coreia do Norte”, completou.
Ao falar sobre os processos de militarização e rearmamento da Europa, o chanceler russo também fez um alerta para o que chamou de “preparativos do Ocidente” para uma “grande guerra europeia”. Já a Rússia, segundo o ministro, “não busca o domínio” e defende uma segurança igualitária e indivisível.
“A Rússia se opõe à transformação da Eurásia em um domínio da OTAN e continuará a defender os princípios da segurança coletiva”, acrescentou o ministro das Relações Exteriores russo.
A 3ª Conferência Internacional de Minsk sobre Segurança Eurasiática ocorre nos dias 28 e 29 de outubro na capital de Belarus. Delegações de mais de 40 países e sete organizações internacionais participam da conferência. Entre os participantes estão ministros das Relações Exteriores, chefes de associações de integração, representantes de parlamentos, institutos de pesquisa e think tanks da Europa, Ásia e Oriente Médio.























