Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O embaixador-geral do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para os crimes do regime de Kiev, Rodion Miroshnik, afirmou que Volodymyr Zelensky viajou a Nova York para “implorar por dinheiro e armas para continuar o derramamento de sangue”. A declaração do diplomata ocorreu após o discurso do líder ucraniano na Assembleia Geral da ONU nesta quarta-feira (24/09).

Em publicação no Telegram, Miroshnik acusou o regime de Kiev de fazer tudo ao seu alcance para criar um “pano de fundo sangrento” com sua presença na Assembleia Geral. “Nos últimos três dias, assentamentos nas regiões de Belgorod, Zaporizhzhia e Kherson, bem como nas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk e na Crimeia, foram alvo de ataques massivos. Houve tentativas persistentes de organizar investidas contra Moscou e sua região circundante”, relatou.

O embaixador russo enfatizou que, no mesmo período, 117 civis, incluindo sete crianças, foram afetados pelas ações das tropas ucranianas, resultando em 14 mortes, entre as quais três crianças.

Em seu discurso na Assembleia Geral, Zelensky apelou aos líderes globais para que interviessem e impedissem a Rússia de liderar a “corrida armamentista mais destrutiva da história da humanidade”, alertando que a combinação de tecnologia de drones com inteligência artificial poderia terminar em catástrofe.

O presidente ucraniano não fez uma avaliação abrangente do conflito em seu país nem mencionou diretamente a declaração surpresa de Donald Trump sobre a possibilidade de a Ucrânia recuperar todos os territórios perdidos para a Rússia desde 2022, limitando-se a afirmar que teve uma “boa reunião” com o mandatário estadunidense na terça-feira.

Dmitry Medvedev, ex-presidente russo atualmente conhecido por sua retórica inflamada, escreveu no Telegram que Zelensky teria levado Trump a uma “realidade alternativa” na qual a Ucrânia poderia vencer a guerra.

Para Moscou, a presença ucraniana na ONU é parte de uma estratégia belicista

Para Moscou, a presença ucraniana na ONU é parte de uma estratégia belicista
UN Photo / Loey Felipe

Encontro diplomático em meio a tensões

O chanceler russo, Sergey Lavrov, reuniu-se com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, à margem da Assembleia Geral da ONU nesta quarta-feira (24/09).

O encontro ocorre em um contexto de crescentes tensões entre Washington e Moscou, após as declarações do presidente norte-americano sugerindo que a Ucrânia poderia reconquistar territórios anexados pela Rússia.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores russo, Lavrov manterá uma agenda intensa em Nova York, com diversos compromissos bilaterais, participação em eventos multilaterais do G20, BRICS e da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), além do habitual encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres. No dia 27 de setembro, o chanceler fará seu discurso na Assembleia Geral.