Rússia adverte OTAN que ataques ao país receberão resposta ‘imediata e dolorosa’
Declaração de Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, se dá após representante da UE elogiar Kiev por sua 'audácia estratégica'
A Rússia deve emitir uma resposta “imediata e extremamente dolorosa” caso novos ataques conduzidos pela Ucrânia ocorram em território russo, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, nesta quarta-feira (04/09).
A porta-voz ainda advertiu que, caso os membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se envolvam diretamente no conflito, continuarão a incitar a agressão de Kiev.
“O Ocidente coletivo é literalmente o principal cliente e instigador da agressão militar do regime de Kiev e demonstra cada vez mais seu envolvimento direto como parte interessada”, declarou Zakharova durante o Fórum Econômico Oriental em Vladivostok, cidade do Extremo Oriente da Rússia.
Ela destaca que, embora as autoridades ocidentais tenham inicialmente declarado que o objetivo principal era apoiar o regime de Kiev “em seu caminho para a democracia”, esses apelos agora representam uma “ameaça direta” à Rússia.
Ainda segundo Zakharova, diversos políticos da União Europeia, em busca de “bônus políticos de curto prazo”, “favores” e “esmolas”, perdem o senso de realidade e não consideram os riscos de uma escalada perigosa do conflito, mesmo em relação aos seus próprios interesses.

Ministério das Relações Exteriores da Rússia
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores
Declarações provocativas
Zakharova mencionou, então, declarações recentes do Representante da União Europeia para Assuntos Externos e Política de Segurança, Josep Borrell, que elogiou o regime de Kiev por sua “audácia estratégica”, na tentativa de incursão em Kursk. Ele também pediu o cancelamento de todas as restrições ao uso de armas europeias pelas tropas ucranianas em ataques ao território russo.
A porta-voz também criticou as declarações do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que justificou a operação com o “direito de autodefesa” da Ucrânia, afirmando que esse direito “não termina na fronteira”. Foi questionado por que Stoltenberg não mencionou o direito de autodefesa da população de Donbass e outras regiões russas sujeitas a ataques.
Zakharova descreveu as manobras em larga escala da Otan na Finlândia como parte de uma guerra híbrida contra a Rússia, ressaltando que Moscou alertou repetidamente sobre os riscos associados, incluindo novas ameaças à segurança, transporte e atividades econômicas no extremo norte da Rússia.
“Estamos monitorando o que está acontecendo e avaliando os riscos potenciais. Nossos militares estão tirando as conclusões apropriadas”, afirmou.
Ela concluiu com um alerta aos políticos irresponsáveis da UE, da OTAN e de outros países: “Se o regime de Kiev tomar medidas agressivas correspondentes, a resposta da Rússia será imediata e extremamente dolorosa”, mencionando que isso já foi demonstrado nos últimos dias.
(*) Com RT.























