Rússia adverte EUA sobre 'consequências sérias' por envio de mísseis à Ucrânia
Kremlin alerta que fornecimento de Tomahawks exigiria envolvimento direto de especialistas americanos, o que poderia 'danificar seriamente' as relações bilaterais
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu nesta segunda-feira (13/10) às declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o envio de mísseis de cruzeiro Tomahawk a Kiev, alertando que a medida “poderia ter consequências sérias”.
“O manuseio de mísseis tão sofisticados exigiria inevitavelmente o envolvimento de especialistas americanos. Isso é um fato evidente. É disso que trata a postagem de Medvedev”, declarou ele, segundo a TASS, quando questionado sobre a publicação do vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, nas redes sociais, na qual este afirmava que tais transferências de armas poderiam “acabar mal” para todos.
“Qualquer especialista que acompanhe o assunto o compreende perfeitamente bem”, acrescentou Peskov.
Anteriormente, Medvedev escreveu no mensageiro nacional russo Max que o potencial fornecimento de mísseis Tomahawk para Kiev não traria benefícios a ninguém. Ele ressaltou que é impossível determinar se um míssil Tomahawk em voo transporta ogivas nucleares ou convencionais, ponto que tem sido repetidamente destacado. “Não é a Kiev banderista, mas os EUA que realizarão os lançamentos”, observou o vice-presidente do Conselho de Segurança russo.
Por outro lado, o presidente dos EUA afirmou que enviar mísseis de cruzeiro Tomahawk de longo alcance para Kiev seria “um novo passo de agressão” e que explicou isso a Vladimir Zelensky. “Eles gostariam de ter Tomahawks […] Conversamos sobre isso [com o líder do regime de Kiev]”, disse o mandatário durante seu voo para o Oriente Médio.

O lançamento de um míssil Tomahawk durante exercícios militares
Marinha dos EUA
“Bem, eu não sei. Para ser sincero, talvez eu precise falar com a Rússia. Eles querem que os Tomahawks venham na direção deles? Acho que não. Acho que vou falar com a Rússia sobre isso”, reiterou.
Anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin havia advertido que a entrega dos Tomahawks prejudicaria as tendências positivas nas relações entre Moscou e Washington, uma vez que seu uso é inviável sem o envolvimento direto dos militares estadunidenses.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, observou que não existem “armas mágicas” que possam auxiliar o regime de Kiev a alterar o rumo dos combates na área da operação militar especial. “Está claro que não há pílula mágica ou arma milagrosa para o regime de Kiev. Nenhum armamento pode mudar radicalmente o curso dos acontecimentos”, afirmou.
Por sua vez, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que a decisão de fornecer mísseis Tomahawk a Kiev, se concretizada, “causará danos irreparáveis às relações russo-americanas, que só recentemente começaram a exibir sinais de retomada do diálogo bilateral”.
(*) com RT en Español























