Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Combates intensos foram registrados na sexta-feira e neste sábado (11/05) na linha de frente da guerra na Ucrânia, após tropas invasoras russas lançarem uma nova ofensiva terrestre na província ucraniana de Kharkiv, no nordeste do país. O Ministério da Defesa russo reivindicou a tomada de cinco vilarejos ucranianos na região.

Essa área não era alvo de ataques dessa dimensão desde a retirada das tropas russas após a contraofensiva ucraniana do outono de 2022.

“Combates intensos acontecem ao longo de toda a linha da frente”, relatou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski na sexta-feira, acrescentando que reforços haviam sido enviados para a região de Kharkiv. “Ao longo da nossa fronteira nacional e linha de frente, destruiremos, inevitavelmente, as forças de ocupação, para frustrar as intenções ofensivas da Rússia”, acrescentou.

Objetivos

Após o início da ofensiva, os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia. Washington tenta compensar os meses perdidos em negociações no Congresso sobre um acordo de ajuda a Kiev. O bloqueio da ajuda durante meses atrasou o fluxo de armas procedentes dos Estados Unidos, e as forças ucranianas sofreram reveses no leste.

Segundo o estado-maior ucraniano, a Rússia lançou cinco ataques terrestres na região de Kharkiv. Também houve bombardeios russos no local.

Ukrinform/dpa/picture alliance
Bombeiros ucranianos na região de Kharkiv

Segundo uma fonte do comando militar ucraniano, Moscou busca criar uma zona de segurança nas províncias de Kharkiv e Sumy que impeça a Ucrânia de continuar bombardeando a província russa de Belgorod.

“Durante o último dia, o inimigo atacou com bombas teleguiadas a área de Vovchansk”, na fronteira com Belgorod, e “até as 5h (23h de quinta-feira no Brasil) tentou romper nossas linhas de defesa com a ajuda de blindados”, informou o Ministério da Defesa da Ucrânia, sem especificar o local da operação. Os ataques foram repelidos, mas continuavam ocorrendo “combates de intensidade variável, e unidades de reserva foram mobilizadas para reforçar a defesa” da região, acrescentou.

A província de Kharkiv e sua capital homônima, a segunda maior cidade do país, continuam sendo um alvo importante da Rússia, que bombardeou com regularidade a região nos últimos meses, sobretudo sua infraestrutura energética. A Ucrânia temia há semanas uma nova ofensiva terrestre.

Dificuldades

O Exército ucraniano também enfrenta dificuldades no front, enfraquecido pela falta de soldados e por atrasos na entrega de ajuda ocidental. No fim de abril, os Estados Unidos anunciaram uma ajuda de US$ 61 bilhões (R$ 321 bilhões) para a Ucrânia, que terá que esperar a assistência se materializar no campo de batalha.

A Rússia, que possui mais efetivos, armas e uma indústria de defesa mais poderosa, retomou a iniciativa após o fracasso da contraofensiva ucraniana no verão de 2023. As forças russas reivindicaram avanços territoriais nos últimos meses, principalmente no leste da Ucrânia, mas limitados e com alto custo humano.

Ao comentar os desenvolvimentos no teatro de operações da Ucrânia, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, previu que a Rússia “certamente intensificará os seus ataques e enviará mais soldados” para o nordeste da Ucrânia nas próximas semanas, com o objetivo de estabelecer uma “zona tampão” ao longo da fronteira.

No entanto, Kirby comentou que os Estados Unidos não esperam “quaisquer grandes avanços” por parte das tropas russas, acrescentando: “Temos confiança nas forças ucranianas e estamos trabalhando incansavelmente para enviar (… ) as armas de que necessitam para se defenderem contra estes ataques”.