Rússia abate 95 drones ucranianos e impede ataque à usina nuclear de Kursk
'Foi um crime de guerra, uma ameaça direta à segurança nuclear', declarou Alexander Khinshtein, governador em exercício da região
A Rússia abateu dezenas de drones lançados pela Ucrânia em diferentes regiões do país neste domingo (24/08), incluindo um próximo à Usina Nuclear de Kursk (KNPP), no oeste do país. O ataque ocorreu no mesmo dia em que Kiev celebrava os 34 anos de sua independência da União Soviética, em meio à escalada da guerra que já dura mais de três anos.
Segundo autoridades russas, um drone foi abatido próximo às instalações da usina, mas sua queda teria provocado a detonação de explosivos que atingiram um transformador auxiliar, gerando um incêndio rapidamente controlado. Como consequência, a Unidade 3 da usina teve sua capacidade operacional reduzida em 50%.
“Foi um crime de guerra, uma ameaça direta à segurança nuclear”, declarou Alexander Khinshtein, governador em exercício da região. Apesar do impacto, não foram registrados feridos nem aumento dos níveis de radiação. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, confirmou que os indicadores permanecem “normais” nos arredores da central.
Durante o dia, o Ministério da Defesa russo informou que 95 drones ucranianos foram interceptados em 14 regiões do país, incluindo Bryansk, Leningrado, Kursk, Samara e Crimeia, provocando danos significativos à infraestrutura civil.

Usina Nuclear de Kursk (KNPP), no oeste da Rússia
Dmitriy 92/ Wikimedia Commons
Ataques
O governador da região de Leningrado, Alexander Drozdenko, afirmou que fragmentos de um drone abatido sobre o porto de Ust-Luga causaram um incêndio em um terminal de gás da Novatek, um dos maiores do setor energético russo. Já em Samara, o governador Vyacheslav Fedorishchev denunciou que um ataque aéreo danificou uma empresa industrial na cidade de Syzran.
Entre os incidentes mais graves relatados, além do ataque à usina nuclear, também houve incêndios em instalações de combustível e riscos para áreas urbanas distantes da linha de frente, incluindo São Petersburgo. Autoridades russas reforçaram que tais ofensivas demonstram a crescente dependência de Kiev do uso de drones, considerados por Moscou como instrumentos de “terrorismo aéreo” contra civis.
A ofensiva com drones contra a usina nuclear de Kursk reacendeu alertas internacionais sobre os riscos de combates próximos a instalações atômicas. A AIEA tem reiterado que qualquer incidente dessa natureza pode ter consequências catastróficas para além da Ucrânia e da Rússia, com impacto direto em toda a Europa.























