Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira (23/10) que Moscou “nunca se curvará” à pressão dos Estados Unidos, após o governo Trump impor sanções à petrolíferas russas Rosneft e à Lukoil, responsáveis por quase metade das exportações de petróleo do país.

Ele reconheceu que as medidas podem provocar impactos na economia doméstica. “Não há nada de novo aqui. Sim, elas (sanções) são graves para nós, claro. E terão certas consequências, mas não um impacto significativo especialmente na nossa saúde econômica”, afirmou.

Putin classificou as sanções dos EUA como um “ato hostil que não faz nada para fortalecer as relações russo-americanas” e disse se tratar de “uma tentativa de pressionar a Rússia” nos acordos de paz na Guerra da Ucrânia.

“Nenhum país que se preze e nenhum povo que se preze decide nada dessa forma (sob pressão). Sem dúvida, a Rússia tem o privilégio de sentir-se e considerar-se parte dessa lista de países e povos que se prezam”, salientou.

Impacto da medida

Putin alertou sobre efeitos globais da decisão do presidente norte-americano Donald Trump. “Se os volumes de petróleo e derivados caírem no mercado mundial, isso levará a uma alta no preço do petróleo e dos derivados, inclusive nos postos de gasolina, e os Estados Unidos não são exceção”, afirmou.

Putin afirma que não cederá à pressão dos EUA e alerta: ‘preços aumentarão’
© Valery Sharifulin/TASS

“Se levarmos em conta o calendário político interno dos estados [nos EUA], fica claro o quão sensíveis alguns processos serão. E aqueles que sugerem tais decisões ao atual governo [de Trump] precisam entender para quem estão trabalhando”.

Ele reforçou o peso da Rússia no mercado global: “a Rússia e a Arábia Saudita vendem mais petróleo e derivados do que consomem, ao contrário dos EUA”, reiterando sobre o risco de instabilidade internacional: “se a quantidade do nosso petróleo e derivados cair drasticamente no mercado, os preços aumentarão.”

Mísseis

Putin também prometeu uma resposta “devastadora” à eventual utilização de mísseis Tomahawk para atacar o território russo. “Se essas armas forem utilizadas para atacar o território russo, a resposta será muito forte. Para não dizer devastadora. Que eles pensem nisso”.

Apesar do tom duro, ele afirmou que não descarta negociações com Washington para tentar encerrar o conflito. “O diálogo é sempre melhor do que a guerra.”, declarou.