Quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
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A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta quinta-feira (07/04) a suspensão da Rússia de seu Conselho de Direitos Humanos, que tem sede em Genebra, na Suíça.

A resolução apresentada pelos Estados Unidos recebeu 93 votos a favor, 24 contra, além de 58 abstenções, e cita as “graves preocupações pela crise humanitária na Ucrânia, em particular pelas notícias de violações e abusos do direito internacional por parte de Moscou”.

Até o momento, esta é a terceira sanção diplomática aprovada pela ONU em relação à Rússia. A organização já aprovou duas resoluções contrárias ao governo de Vladimir Putin: uma condenando explicitamente a invasão à Ucrânia, em 2 de março, e outra exigindo o fim das hostilidades por parte de Moscou, em 24 de março.

Entre os países que votaram contra a suspensão da Rússia estão Belarus, Bolívia, China, Cuba, Coreia do Norte, Irã, Nicarágua e Síria, enquanto o Brasil é um dos 58 que se abstiveram, assim como a maioria das nações africanas.

Para o Kremlin, a votação que recebeu 93 votos a favor foi 'politicamente motivada' contra a Rússia; Brasil se absteve Assembleia Geral

Twitter/United Nations

Resolução apresentada pelos Estados Unidos recebeu 93 votos a favor e 24 contra, além de 58 abstenções

O representante brasileiro, embaixador Ronaldo Costa Filho, justificou a posição do país com o argumento de que o Conselho de Direitos Humanos precisa concluir o inquérito aberto para apurar os crimes cometidos na Ucrânia, processo que pode levar meses.

Já o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, afirmou que os direitos humanos não podem ser “politizados”. “Essa resolução não foi redigida de modo aberto e transparente e agrava as divisões entre os Estados-membros, jogando gasolina no fogo”, acrescentou.

“Decisão politicamente motivada”, diz Moscou

Em resposta à suspensão da Assembleia Geral, a Rússia afirmou que a decisão é ilegal e politicamente motivada e que, portanto, pretende retirar sua adesão do Conselho ainda nesta quinta.   

Moscou ainda declarou que a organização “tem sido monopolizado por um grupo de países que o tem explorado para seus próprios interesses”.

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, o país disse lamentar a decisão e que o país continuará a defender seus interesses e explicar sua posição.

O Conselho de Direitos Humanos é formado por 47 membros não-permanentes, e o mandato da Rússia no órgão terminaria em 2023, junto com o da Ucrânia.

(*) Com Ansa e Sputnik.