Xi Jinping elogia iniciativa de Brasil e China para paz na Ucrânia
No BRICS, presidente chinês declarou que ‘redução de tensão’ e ‘solução política’ devem ser realizadas a partir da proposta
Na cúpula do BRICS, em Kazan, na Rússia, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta quinta-feira (24/10) que o plano de paz apresentado em conjunto com o Brasil pode levar ao fim da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
“China e Brasil chegaram a um consenso em seis pontos, e devemos promover uma rápida redução da tensão e abrir caminho para uma solução política”, disse Xi durante a sessão ampliada da cúpula do grupo, com a participação de cerca de 40 países.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse estar pronto para levar em consideração cada opção de paz com Kiev “com base na situação real no terreno” e “nada mais”.
A declaração final da 16ª cúpula do BRICS menciona de forma breve o conflito que Moscou, sede do evento, está envolvido. O documento diz que todos os estados no conflito devem agir de acordo com os princípios da Carta da ONU.
“Temos o prazer de observar ofertas apropriadas de mediação e bons ofícios, concebido para garantir uma resolução pacífica do conflito através diálogo e diplomacia”, declaram, sem mencionar a Rússia.
A proposta sino-brasileira é dividida em seis pontos, incluindo conter a escalada na guerra, realizar uma conferência internacional de paz, garantir assistência humanitária e a troca de prisioneiros, não utilizar armas de destruição em massa, não atacar alvos nucleares e assegurar a estabilidade das cadeias de abastecimento globais.
O presidente da Rússia já colocou Brasil e China como possíveis mediadores, mas o mandatário da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirma que o plano não é “concreto” e que Kiev não foi consultada sobre a iniciativa.

Ramil Sitdikov/Photohost agency brics-russia2024.ru
Discurso de Xi Jinping no BRICS também abordou violências de Israel na Faixa de Gaza, instando por um cessar-fogo abrangente
Outros pontos do discurso
O discurso do presidente chinês também abordou as violências de Israel na Faixa de Gaza, instando por um cessar-fogo abrangente, com base no projeto Solução de dois Estados, que se baseia na fórmula aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em 1967.
Xi também falou sobre a ascensão do Sul Global como “um sinal claro de mudanças significativas no mundo”. “O impulso conjunto do Sul Global para a modernização é um evento importante na história mundial e uma conquista sem precedentes no processo de desenvolvimento da civilização humana”, disse.
Ao mesmo tempo, o mandatário destacou que a paz e o desenvolvimento em todo o mundo continuam enfrentando sérios desafios, reconhecendo que “o caminho para a renascença do Sul Global não vai ser tranquilo”. Por isso, “a China pede que os países do BRICS fortaleçam o diálogo e apoiem uns aos outros na escolha do caminho da modernização”.
Xi ainda enfatizou que os países do BRICS devem ser uma força estabilizadora para manter a paz, fortalecer a segurança global e encontrar soluções para problemas, abordando “tanto as causas quanto os sintomas”.
“Independentemente das mudanças na situação internacional, a China sempre cuidará do Sul Global”, assegurou, acrescentando que Pequim continua apoiando a adesão de um número cada vez maior de países ao BRICS.
Segundo o chefe chinês, o “BRICS Plus”, como é chamado o grupo de nações parceiras do BRICS, deve participar ativamente e liderar a reforma do sistema de governança econômica global e defender a colocação do desenvolvimento no centro da agenda comercial e econômica internacional.
Os países do BRICS chegaram a uma definição de 13 países para se juntar à associação na categoria de “Estados parceiros” nesta quinta-feira (24/10): Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda.
(*) Com Ansa, Sputnik e Xinhua























