Moscou diz que ataque contra hospital infantil foi disparado por Kiev
Hospital pediátrico de Okhmatdyt, atingido por míssil, registrou a morte de ao menos 38 pessoas, e outras 190 que ficaram feridas
A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que o país possui provas em fotos e vídeos de que os mísseis que atingiram o hospital pediátrico em Kiev foram disparados pelos próprios ucranianos.
Em coletiva realizada nesta terça-feira (09/07), a funcionária russa admitiu que seu país lançou 40 mísseis “contra alvos específicos do complexo industrial ucraniano”, afirmando que “mais uma vez, como já aconteceu em outras ocasiões, os disparos da defesa aérea ucraniana se desviaram e atingiram edifícios residenciais e instituições sociais”.
O governo da Ucrânia denunciou na segunda-feira (08/07) um bombardeio russo contra a capital Kiev, que resultou na destruição de várias localidades, incluindo o hospital pediátrico de Okhmatdyt.
“O governo da Ucrânia não diz que os ‘banderistas’ – seguidores do colaborador nazi Stepan Bandera, considerado ícone do nacionalismo ucraniano – colocam deliberadamente sistemas de defesa aérea em bairros residenciais, escondendo-se atrás de civis e usando-os como um ‘escudo humano’”, disse Zakharova.
A porta-voz russa acrescentou que a inteligência de Moscou possui provas em fotos e vídeos mostrando que alguns desses sistemas de defesa teriam sido instalados nas proximidades do hospital atingido.
“Tudo isto constitui uma grave violação do direito humanitário internacional, que proíbe a utilização de bens civis para fins militares”, completou Zakharova.
Kiev rebate versão
As autoridades ucranianas afirmam que o centro médico foi parcialmente derrubado, resultando na morte de 38 pessoas, e deixando também 190 pessoas feridas.
O presidente do país, Volodymyr Zelensky, solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança, principal órgão da Organização das Nações Unidas, para pedir uma resolução contra a Rússia por suposto crime de guerra cometido no recente episódio.
A possibilidade de uma resolução contra Rússia ser acatada pelo Conselho de Segurança é considerada impossível, já que o país é um dos cinco membros permanentes dessa instância, os quais possuem poder de veto – ou seja, se o texto não tiver o voto favorável ou a abstenção do representante russo, não poderá ser aprovada.

Médicos Sem Fronteiras
Bombardeio ao hospital pediátrico Okhmatdyt resultou em ao menos 38 mortes e deixou 190 pessoas feridas
























