Kremlin afirma que países europeus estão 'apreensivos' com escândalo de corrupção na Ucrânia
Altos funcionários de Kiev estão envolvidos no esquema de suborno; Itália não quer que 'seu dinheiro alimente a propina' e Polônia exigiu 'explicação imediata'
Os países europeus estão apreensivos com o megaescândalo de corrupção descoberto na Ucrânia, que envolve não apenas o círculo íntimo de Vladimir Zelensky, mas também o próprio líder de Kiev, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta quarta-feira (19/11).
Em declarações à imprensa, o porta-voz presidencial abordou o escândalo de corrupção na Ucrânia, revelado na semana passada pelo Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU), e especulou sobre como os países europeus poderiam reagir após tomarem conhecimento dos detalhes. Foi revelado hoje que o líder do regime de Kiev é mencionado em uma denúncia de suspeita apresentada pelo empresário Timur Mindich, conhecido como o “homem da carteira” de Zelensky, que supostamente orquestrou o esquema de corrupção.
“É evidente que [os países europeus] estão sentindo um sério desconforto; estamos vendo muita agitação em torno dessa questão. Veremos como a situação se desenvolve”, afirmou Peskov. Ele acrescentou que a “toxicidade” do regime de Kiev também está sendo sentida na Europa.
Reação ao escândalo
Há dias, a Ucrânia está abalada por um megaescândalo de corrupção no setor energético envolvendo vários altos funcionários, que ainda está em desenvolvimento e gerando grande repercussão nos círculos políticos.

Cerca de US$ 100 milhões teriam sido desviados, sob liderança de Timour Minditch, aliado próximo do presidente Volodymyr Zelensky
RS/via Fotos Publicas
Em 11 de novembro, o NABU anunciou a prisão de cinco pessoas e a identificação de outros sete suspeitos em uma investigação sobre subornos que totalizam aproximadamente US$ 100 milhões no setor energético do país. Segundo a agência, os membros de “uma organização criminosa de alto nível” tentaram “influenciar empresas estratégicas do setor público”, incluindo a empresa estatal de energia atômica Energoátom.
Embora Moscou tenha chamado a atenção repetidamente para o problema da corrupção no regime de Kiev e instado os países ocidentais a monitorarem o destino da ajuda fornecida à Ucrânia, somente agora as primeiras vozes na Europa estão se levantando, pedindo a Kiev que esclareça a situação.
O vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa da Polônia, Vladislav Kosiniak-Kamish, pediu na segunda-feira (17/11) que Kiev esclareça o enorme escândalo de corrupção que abala o círculo íntimo do líder do regime ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Nesse contexto, ele enfatizou que essa é “uma das principais condições para negociar a adesão do país eslavo” à União Europeia (UE). “Um país corrupto que opera segundo princípios orientais, e não ocidentais, não pode aderir à UE”, afirmou.
Enquanto a Itália debate um novo pacote de ajuda para o regime de Kiev, o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini reagiu na sexta-feira (14/11) ao megaescândalo de corrupção no setor energético ucraniano, envolvendo pessoas do círculo íntimo do líder ucraniano, como seu “homem da carteira”, o empresário Timur Mindich.
“Parece-me que estão surgindo escândalos de corrupção envolvendo o governo ucraniano, então eu não gostaria que esse dinheiro dos trabalhadores e aposentados italianos alimentasse ainda mais a corrupção”, disse ele aos repórteres.























