'Garantias de segurança para Ucrânia serão elaboradas em 10 dias', diz Zelensky
Presidente ucraniano avaliou que últimos avanços com Trump na guerra configuram 'grande passo à frente'
Os esforços para a concretização do encontro trilateral entre as lideranças dos Estados Unidos, da Rússia e da Ucrânia com o objetivo de alcançar um acordo de paz na guerra do leste europeu seguem avançando. Enquanto isso, após a reunião com o presidente norte-americano Donald Trump e com líderes europeus, nesta terça-feira (19/08), o mandatário ucraniano Volodymyr Zelensky informou que as garantias de segurança para Kiev provavelmente serão elaboradas em 10 dias.
“As garantias de segurança provavelmente serão ‘desempacotadas’ por nossos parceiros, e mais e mais detalhes surgirão. Tudo isso será de alguma forma formalizado no papel na próxima semana a 10 dias”, disse o ucraniano, em coletiva.
Durante a reunião do dia anterior, Trump assegurou a garantia norte-americana na segurança da Ucrânia independente do tipo de acordo que se chegue para acabar a guerra, embora não tenham sido fornecidos detalhes à respeito da extensão de assistência.
Nas palavras do ucraniano, uma parte delas inclui um pacote de armas, com “principalmente aeronaves e sistemas de defesa aérea” dos EUA.
“É importante que os Estados Unidos estejam enviando um sinal claro de que estarão entre os países que ajudarão a coordenar e também participarão das garantias de segurança para a Ucrânia”, disse Zelensky, que avaliou a última conversa com o magnata como “a melhor” até agora. “Acredito que este é um grande passo à frente.”
O presidente ucraniano também declarou estar pronto para se encontrar com a Rússia em “qualquer formato” e que as questões territoriais seriam discutidas em nível bilateral com o homólogo russo, Vladimir Putin.
“A questão dos territórios é algo que deixaremos entre mim e Putin”, disse Zelensky. Ainda não há nenhum encontro bilateral oficialmente agendado entre Kiev e Moscou. Contudo, o portal norte-americano Axios indica que um primeiro encontro para tratar do assunto pode acontecer ainda em agosto.

Presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reúnem-se na Casa Branca para tratar da guerra no leste europeu
Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський
Preparativos para o encontro trilateral
Após o fim do encontro multilateral na Casa Branca que envolveu sete líderes europeus – representando a França, o Reino Unido, a Alemanha, a Itália e a Finlândia, além da Comissão Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) –, Trump escreveu na plataforma Truth Social ter entrado em contato com Putin, com quem teve uma conversa presencial na sexta-feira (15/08) passada, no âmbito da cúpula no Alasca.
“Telefonei para Putin e comecei a organizar um encontro, em um lugar a ser definido, entre Putin e Zelensky. Depois desse encontro, teremos um trilateral comigo e os dois presidentes”, afirmou o magnata, responsável pela mediação dos países envolvidos no conflito.
A ligação teve duração de cerca de 40 minutos. Segundo a mídia russa, ambos os presidentes defenderam a realização de negociações diretas entre as delegações de Moscou e Kiev, e em um “nível mais alto”.
Para encerrar a guerra, Putin exige o reconhecimento da anexação da Crimeia, península tomada em 2014, e que a Ucrânia abra mão da totalidade das províncias de Donetsk e Lugansk, no chamado Donbass, e dos territórios já conquistados por Moscou nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia.
Em troca, a Rússia teria aceitado a proposta italiana para EUA e Europa fornecerem garantias de segurança a Kiev nos moldes do artigo 5 da Otan, que compreende que um ataque a um membro do órgão configura um ataque contra todos, porém, sem a inclusão da Ucrânia como parte da aliança.
Segundo fontes diplomáticas europeias, os conselheiros de segurança nacional dos países participantes da última reunião na Casa Branca deverão iniciar as discussões para definir os detalhes das garantias de segurança nos próximos dias.
(*) Com Ansa























