Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, afirmou nesta quinta-feira (23) que a decisão dos Estados Unidos de sancionar as petroleiras russas são um ‘ato de guerra’ contra o país.

Cancelamento da cúpula em Budapeste por Trump e as novas sanções contra o nosso país por parte dos EUA, o que mais? Haverá novas armas, além dos infames [mísseis] ‘Tomahawks’?”, questionou.

“Os EUA são nosso inimigo e o seu falastrão ‘pacificador’ entrou de vez no caminho da guerra contra a Rússia (…) As decisões tomadas são um ato de guerra contra a Rússia. E agora Trump se solidarizou completamente com a Europa maluca”, escreveu Medvedev, em sua conta no Telegram.

As sanções econômicas do Tesouro americano atingem as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia: Lukoil e Rosneft. A medida, anunciada nesta quarta-feira (22/10), foi justificada por Washington como uma pressão para o presidente russo, Vladimir Putin, encerrar a guerra na Ucrânia.

Dmitry Medvedev diz que sanções de Trump equivalem a ‘ato de guerra’ 
© Yekaterina Shtukina/POOL/TASS

Esta é a primeira rodada de sanções aplicada à Rússia desde que Donald Trump retornou à Casa Branca. A decisão foi anunciada juntamente com o cancelamento de um novo encontro entre Trump e Putin em Budapeste  em torno do cessar-fogo na Ucrânia. Eles se reuniram no Alasca, meses atrás, com este fim.

Segundo nota divulgada pelo Tesouro dos EUA “todos os bens e interesses em bens” relacionados às duas empresas no território norte-americano “estão bloqueados e devem ser comunicados à OFAC [Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA]”.

‘Imunidade às sanções’

Em coletiva de imprensa, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, classificou as sanções como “um passo de caráter exclusivamente contraproducente”, inclusive para os “avanços significativos nas negociações sobre o conflito ucraniano”.

“Se a atual administração dos EUA começar a seguir o exemplo de seus predecessores, que tentaram forçar a Rússia a ceder seus interesses nacionais mediante sanções ilegítimas, o resultado será o mesmo: um fracasso político interno e consequências negativas para a estabilidade da economia mundial”, acrescentou.

A diplomata afirmou que as medidas não causarão “problemas significativos” à Rússia. “Nosso país desenvolveu uma imunidade firme às restrições ocidentais e continuará a fazer progressos seguros no desenvolvimento de seu potencial econômico, incluindo energia”.

Ela também reiterou que Moscou “não vê obstáculos significativos para continuar o processo iniciado pelos presidentes da Rússia e dos EUA para concordar com a estrutura política para um acordo na Ucrânia e preenchê-lo com resultados concretos”.

Ela reiterou que os objetivos declarados no início da operação militar não são negociáveis. “Este é o ponto de partida do nosso diálogo com os EUA e outros países que desejam contribuir construtivamente para a resolução do conflito”, afirmou.

“Precisamos de uma configuração de soluções negociadas que elimine as causas profundas do conflito e garanta uma paz sólida no contexto da construção de um sistema de segurança eurasiano e global indivisível”, acrescentou.