Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Os Estados Unidos e o Canadá mobilizaram nesta quinta-feira (25/09) caças para identificar e interceptar supostos aviões de guerra da Rússia que, segundo os países, estavam sobrevoando no espaço aéreo próximo do Alasca.

A informação consta em um comunicado divulgado pelo Comando da Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad), que detectou e rastreou dois Tu-95 russos e dois Su-35 operando na Zona de Identificação de Defesa Aérea do Alasca. O Norad detalhou que acionou a aeronave de vigilância E-3, quatro caças F-16 e quatro aviões-tanque KC-135 para a operação.

Entretanto, diz a nota do comando, que os caças russos não entraram no espaço aéreo soberano norte-americano e canadense. Como o espaço é internacional e limítrofe com a fronteira norte-americana, “a atividade russa na Zona de Identificação de Defesa Aérea ocorre regularmente e não é vista como uma ameaça”.

As novas incursões acontecem em meio a uma suposta onda de sobrevoos russos no espaço aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nas últimas semanas. Além disso, elas ocorrem depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a aliança militar deveria abater qualquer aeronave russa que violasse o espaço aéreo.

Até o momento, o Kremlin não se pronunciou.

EUA e OTAN mobilizam aeronaves para interceptar caças russos
Wikimedia Commons/Sergey Krivchikov

Caças na Letônia

Nesta mesma quinta-feira, aviões húngaros da OTAN decolaram de uma base na Lituânia para interceptar cinco caças russos perto do espaço aéreo da Letônia. Esse anúncio foi feito pelo comando aéreo da aliança militar que, segundo ela, tem havido uma incursão de aviões militares da Rússia nos céus da Estônia e de atividades de drones atribuídos a Moscou na Polônia e na Romênia, que fazem fronteira com a Ucrânia.

O primeiro relato feito pela OTAN era de que os supostos dispositivos aéreos russos haviam sido interceptados no céu da Dinamarca, mas a organização corrigiu a informação.

“Dois caças Gripen húngaros do Policiamento Aéreo da Otan no Báltico decolaram hoje da base de Siauliai, na Lituânia, em resposta a um SU-30, um SU-35 e três MIG-31 russos que voavam perto do espaço aéreo dinamarquês, demonstrando o compromisso da aliança em proteger os Países Bálticos e o flanco oriental”, disse no comunicado inicial.

Na semana passada, a OTAN já havia acusado a Rússia de invadir o espaço aéreo da Estônia com três aviões de combate durante cerca de 12 minutos. Dias antes, a Polônia afirmou que tinha derrubado drones russos em seu espaço aéreo, e a Romênia relatou uma incursão de aeronaves não tripuladas em seu território.

Acusações sem provas

Em 10 de setembro, a Rússia foi acusada de enviar um “grande número de drones” ao espaço aéreo da Polônia, cruzando a fronteira a partir do território ucraniano. O Kremlin rejeitou a alegação e reiterou que nenhuma evidência foi fornecida ligando os dispositivos bélicos do país.

“A liderança da União Europeia e da OTAN acusa a Rússia de provocação diariamente. Na maioria das vezes, sem nem mesmo tentar fornecer argumentos”, apontou o porta-voz presidencial Dmitry Peskov, na ocasião.

O Ministério da Defesa da Rússia também se prontificou a realizar consultas com as autoridades polonesas sobre o assunto. A pasta destacou que as forças de Moscou realizaram um ataque direcionado a empresas militares-industriais ucranianas nas regiões de Ivano-Frankovsk, Khmelnitsky e Zhitomir, bem como nas cidades de Vinnitsa e Lvov.

Reiterou também que nenhuma instalação na Polônia foi planejada para ser alvejada, argumentando que o alcance dos veículos aéreos não tripulados que supostamente cruzaram a fronteira polonesa não ultrapassa 700 quilômetros.

(*) Com Ansa