Em Londres, Trump critica Putin e defende sanções ao petróleo da Rússia
Presidente dos EUA prometeu reavaliar postura do país com relação à guerra na Ucrânia e se disse magoado com homólogo russo: ‘falhou comigo’
Em coletiva realizada nesta quinta-feira (18/09), em Londres, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou se sentir traído pelo seu homólogo russo, Vladimir Putin, alegando que esperava dele maior compromisso com a proposta norte-americana para chegar ao fim da guerra na Ucrânia.
A entrevista foi concedida em conjunto com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e realizada minutos após uma reunião bilateral entre ambos sobre a postura de Estados Unidos e o Reino Unido no contexto da guerra na Ucrânia. Em suas declarações, os mandatários fizeram fortes críticas a Moscou.
Trump criticou as medidas adotadas pela Rússia nas últimas semanas, como o bombardeio a estruturas militares e governamentais ucranianas, e afirmou que elas demonstram que Putin teria descumprido os acordos fechados durante a reunião entre os dois mandatários realizada em meados de agosto, no Alaska.
O presidente estadunidense também admitiu que “considerava este conflito [entre Rússia e Ucrânia] mais fácil [de resolver], devido ao meu relacionamento com o presidente Putin, mas ele falhou comigo, ele realmente falhou comigo”.
Trump disse que os Estados Unidos estão reavaliando sua postura com relação ao conflito entre Moscou e Kiev, alegou que “os soldados russos estão sendo mortos em um ritmo mais rápido que os ucranianos”, e que aguarda “boas notícias em breve” a respeito da guerra.
Apesar da autocrítica, Trump argumentou que seu governo teria tido sucesso em “resolver sete guerras que pareciam insolúveis, mas que nós resolvemos”. No entanto, não explicou quais teriam sido essas sete.

Trump e Starmer, durante reunião bilateral em Londres
Casa Branca / X
Petróleo russo
O presidente norte-americano também criticou a compra de petróleo russo pelos países europeus e destacou as sanções impostas à Índia, reiterando que se o preço do petróleo cair, Putin “não terá escolha”.
“Estou disposto a fazer outras coisas, mas não enquanto as pessoas por quem luto estiverem comprando petróleo da Rússia. Se o preço do petróleo cair, muito provavelmente, a Rússia se conformará”, analisou Trump.
Por sua ver, o premiê britânico Keir Starmer disse considerar necessário um endurecimento da postura internacional contra a Rússia. “Putin está ficando mais ousado, ou é imprudente, por isso os aliados precisam intensificar as ações contra ele”, opinou.
Ao final da coletiva, o mandatário norte-americano disse que ainda tem confiança de alcançar um acordo entre Rússia e Ucrânia.
“Na guerra a gente nunca sabe o que pode acontecer, é algo diferente, acontecem coisas muito diferentes do que você imagina, você acha que tal situação pode ser fácil ou difícil, e acaba sendo exatamente o contrário do que você planejou”, refletiu.
A coletiva conjunta terminou com Trump reconhecendo que há “poucas divergências” entre ele e Starmer, e que uma delas é sobre o genocídio israelense na Faixa de Gaza e “sobre o reconhecimento do Estado da Palestina, que o Reino Unido apoia”, e os Estados Unidos não.























