Domingo, 21 de dezembro de 2025
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Na véspera do aniversário de um ano da guerra entre Rússia e Ucrânia, uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) apreciou uma resolução apresentada pela Alemanha que exige o fim do conflito e defende a instalação de uma paz “justa e duradoura” na região.

O texto foi aprovado com grande maioria: 141 países se manifestaram de forma favorável. O do Brasil foi um desses votos a favor, assim como os de quase todos os países da América Latina.

Sete foram os votos contrários à resolução, incluindo o da Rússia. A lista dos outros seus possui quatro aliados históricos: Bielorrússia, Coreia do Norte, Síria e Nicarágua, além de Mali e Eritreia.

Também houve 32 abstenções. Nesse grupo se destaca a presença dos outros três integrantes dos Brics: China, Índia e África do Sul. Alguns dos demais  países que se abstiveram: Cuba, Bolívia, Venezuela, El Salvador, Vietnã, Paquistão, Togo, Etiópia, Namíbia, Moçambique, Angola e Argélia.

O documento “reafirma o compromisso com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente, estendendo-se às suas águas territoriais”.

Texto teve voto favorável de 141 países, sete votos contrários [Rússia e aliados] e 32 abstenções, incluindo três países dos Brics

Twitter / UN News

Resolução apoiada pelo Brasil foi apresentada pela Alemanha e criticada pelos representantes da Rússia

Também “reitera sua exigência à Federação Russa da imediata retirada, de forma completa e incondicional, de todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”, razão pela qual a representação de Moscou na Assembleia o classificou como um documento “antirrusso”.

A sessão também avaliou duas emendas propostas por Belarus, aliada da Rússia – e que votou contra a resolução. A primeira proposta teria alterado várias disposições da resolução, e a segunda significaria que a Assembleia exortava os Estados-membros a, entre outras coisas, abster-se de enviar armas para a zona de conflito. Ambas as emendas foram rechaçadas.

Voto do Brasil

Apesar de ter apoiado uma resolução que é lida pela Rússia como um ataque ao país, o Brasil tem sido um dos mais insistentes promotores da criação de uma instância multilateral capaz de buscar uma solução negociada para o conflito que seja aceita tanto por Moscou quanto por Kiev.

Além do chanceler Mauro Vieira [que se reuniu com seu homólogo ucraniano Dmytro Kuleba durante a Conferência de Segurança de Munique, no sábado (18/02), e busca também um encontro com representantes russo], o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem atuado pessoalmente para difundir a iniciativa.

O mandatário brasileiro já levou a proposta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no encontro entre os dois no dia 10 de fevereiro, e ao chanceler alemão Olaf Scholz, quando este visitou Brasília, em 30 de janeiro passado.

Se espera que Lula também converse sobre a criação desse grupo de negociação pela paz com o presidente chinês Xi Jinping, em sua visita a Pequim, marcada para o final de março.