Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, Vladimir Putin e Donald Trump, realizarão na semana que vem uma nova reunião presencial em Budapeste, na Hungria, anunciou nesta quinta-feira (16/10) o líder norte-americano após uma conversa telefônica de cerca de duas horas e meia com seu homólogo russo.

“Na conclusão da teleconferência, concordamos que haverá uma reunião de nossos Conselheiros de Alto Nível na próxima semana. […] O presidente Putin e eu nos encontraremos em um local acordado, Budapeste, Hungria […] “, escreveu o republicano na rede Truth Social, sem especificar a data.

Posteriormente, o conselheiro presidencial russo Yuri Ushakov deu os detalhes da conversa telefônica, classificando-a como “muito substantiva e, ao mesmo tempo, extremamente franca e confidencial”. Conforme Ushakov, foi o republicano quem propôs a capital húngara como sede da próxima reunião. 

Gaza e Ucrânia

“Nosso presidente começou a conversa parabenizando Donald Trump pelo sucesso de seus esforços para normalizar a situação na Faixa de Gaza. Esse trabalho de manutenção da paz do presidente norte-americano tem sido muito elogiado no Oriente Médio, nos próprios Estados Unidos e na maioria dos países do mundo. Naturalmente, a posição de princípio da Rússia foi estabelecida: é a favor de uma solução abrangente para o Oriente Médio baseada em uma estrutura jurídica internacional universalmente reconhecida que garanta a paz sustentável para todos os povos da região”, relatou Ushakov.

De acordo com o conselheiro russo, houve ênfase especial às questões relacionadas à crise ucraniana. No telefonema, Putin reforçou o interesse da Rússia em alcançar uma solução política e diplomática pacífica para a guerra, mas alertou para os “métodos terroristas” exercidos continuamente pelo regime de Kiev, que incluem ataques a instalações civis. Segundo o líder do Kremlin, as Forças Armadas russas têm iniciativa estratégica para retaliação.

“Donald Trump enfatizou repetidamente a necessidade de estabelecer a paz na Ucrânia o mais rápido possível. A ideia de que o conflito Rússia-Ucrânia tem sido o mais difícil de resolver em toda a atividade de manutenção da paz do presidente dos EUA ficou evidente em suas declarações durante toda a conversa”, revelou.

Entre outras questões, foi discutido também o possível fornecimento norte-americano de mísseis de cruzeiro Tomahawk, de longo alcance, ao governo ucraniano. Este assunto foi tocado um dia antes da reunião de Trump com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, em que se espera discutir a possível entrega do dispositivo bélico.

“Putin reiterou sua tese de que os Tomahawks não mudarão a situação no campo de batalha. Isso prejudicará significativamente as relações entre nossos países, sem mencionar as perspectivas de uma solução pacífica”, afirmou.

Presidente russo Vladimir Putin realiza a oitava conversa telefônica com seu homólogo norte-americano Donald Trump
Alexander Kazakov/Russian Presidential Press and Information Office/TASS

Relações EUA e Rússia

De acordo com o conselheiro russo, Trump prometeu que o fim do conflito na Ucrânia abriria enormes perspectivas para o desenvolvimento da cooperação econômica entre os EUA e a Rússia.

Segundo Ushakov, “ambos os lados expressaram a profunda simpatia mútua entre os povos de ambos os países, o que ficou claramente evidente durante a Segunda Guerra Mundial. Foi enfatizado que a situação atual das relações bilaterais é paradoxal neste contexto.”

Já em entrevista à emissora conservadora Fox News, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, avaliou a conversa telefônica entre os mandatários como “boa e produtiva”. Além disso, observou que durante a conversa os líderes “discutiram muitas questões”, dentre elas, a parabenização do líder russo a Trump por “resolver a paz no Oriente Médio”.

A conversa entre os presidentes foi a oitava desde o início do ano. O último ocorreu há quase dois meses, poucos dias após a cúpula do Alasca, e teve como foco principal a resolução da guerra na Ucrânia. Conforme o portal norte-americano Axios, o republicano posteriormente também realizou uma reunião com representantes da União Europeia e Zelensky.

(*) Com Ansa e RT en Español