Trump ameaça tarifar Rússia em 100% e dá 50 dias para novo acordo com Ucrânia
Presidente dos EUA mencionou 'tarifas secundárias' contra Moscou; magnata também prometeu envio de mais armas a Kiev por meio da OTAN
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um ultimato para a Rússia chegar a um acordo de paz com a Ucrânia em até 50 dias, ameaçando impor “tarifas secundárias” de 100% contra Moscou. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14/07) no âmbito de uma reunião na Casa Branca com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte.
“Estou muito descontente com a Rússia. Vamos impor tarifas muito severas se não tivermos um acordo em até 50 dias. Tarifas de 100%. Nós chamamos de tarifas secundárias, vocês sabem o que isso significa”, disse o magnata. “Achei que teríamos um acordo dois meses atrás”, acrescentou.
As exportações da Rússia para os EUA já tiveram uma queda drástica em decorrência das sanções ocidentais impostas ao regime de Vladimir Putin nos últimos anos, de maneira que tarifas alfandegárias normais, como as que Trump vem cobrando de outros países, teriam pouco efeito prático.
Quando o republicano menciona “tarifas secundárias”, trata-se de uma política de pressão já usada contra a Venezuela, por exemplo, na qual seria feita uma cobrança contra produtos de nações que eventualmente fizessem comércio com Moscou.
Atualmente, a Rússia consegue manter a estabilidade econômica por contar com exportações de matérias-primas, como petróleo e fertilizantes, para mercados como China, Índia, Turquia, Brasil e vários países africanos.
“Nós já gastamos aproximadamente US$ 350 bilhões nessa guerra entre Rússia e Ucrânia e gostaríamos de ver o fim dela. Não é minha guerra, eu quero nos tirar dela”, destacou Trump, reforçando que está “desapontado” com Putin, chamando-o de um “cara duro”.
Apesar do prazo dado por Trump para o Kremlin, até o final de agosto de 2025, ainda não estão esclarecidas quais são as condições mínimas que Washington exige para tal acordo, nem se um cessar-fogo parcial ou a retirada das tropas russas dos territórios ocupados estão contemplados.
Até a semana passada, o governo russo se declarava à espera de Kiev para a apresentação de uma nova data da próxima rodada de negociações em Istambul, na Turquia, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Os países em conflito já haviam realizado duas rodadas anteriores, nos dias 16 de maio e 2 de junho. As negociações resultaram em uma troca de prisioneiros na proporção de 1.000 para 1.000, incluindo a libertação de todos os militares doentes e soldados com menos de 25 anos.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu na Casa Branca o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte
Daniel Torok/White House
Envio de armas norte-americanas
Ao longo da reunião com Rutte, o republicano confirmou um acordo para enviar armas norte-americanas a Kiev por meio da OTAN, incluindo as baterias de defesa antiaérea Patriot para conter os ataques de Moscou com mísseis e drones. Embora os EUA sejam os principais financiadores da aliança militar, Trump assegurou que a despesa ficará sob responsabilidade dos países europeus.
“Vamos fornecer armas para a OTAN em grande quantidade. Eles [países europeus] vão entregar as armas e vão pagar por 100% das armas”, disse o magnata.
Em seguida, Rutte aprovou a oferta e afirmou ser “totalmente lógico desejar que os europeus paguem”.
“Isso significa que a Ucrânia poderá ter acesso a equipamentos militares, munições, e isso é muito importante”, acrescentou o chefe da OTAN.























