'Abordagem equilibrada': Putin elogia missão africana que busca soluções para guerra
Líder russo elogiou a perspectiva de 'resolução pacífica' da delegação que envolve sete países da África para fim do conflito, enquanto Kiev rejeitou mediação
Uma delegação de sete líderes africanos, chefiada pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphonsa, reuniu-se este sábado (17/06) com o líder da Rússia, Vladimir Putin, em São Petersburgo, para discutir o conflito com a Ucrânia.
O encontro aconteceu no último dia do XXVI Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, que é o principal evento do gênero organizado anualmente pela Rússia, como forma de se aproximar comercialmente de outros países e reforçar sua influência econômica e geopolítica.
Putin elogiou a “abordagem equilibrada” dos sete países africanos ao conflito ucraniano, afirmando que o desenvolvimento das relações com os países desse continente é uma prioridade para Moscou.
“O desenvolvimento abrangente das relações com os países do continente africano é uma prioridade da política externa russa. Defendemos consistentemente um maior reforço das relações tradicionalmente amigáveis com os países africanos e com a União Africana”, disse ele.
Segundo Putin, o governo da Rússia agradece o “interesse” das autoridades africanas em encontrar uma solução para o conflito”.
“Nós, na Rússia, temos grande respeito pela posição de princípios dos Estados africanos em favor da manutenção da estabilidade e segurança global e regional, da resolução pacífica de conflitos e da formação de um modelo mais equitativo de relações internacionais”, afirmou.
A delegação africana manteve um encontro com as autoridades ucranianas em Kiev no dia anterior.
A missão foi composta pelo presidente da África do Sul; o de Comores, Azali Assoumani; de Senegal, Macky Sall; da Zâmbia, Hakainde Hichilema; o primeiro-ministro do Egito, Mostafa Madbouly, bem como os representantes especiais dos presidentes de Uganda e da República do Congo, Ruhakana Rugunda e Florent Ntsiba, respectivamente.

Kremlin
Putin se encontrou com a deleção africana, que tem líderes da África do Sul, Comores, Senegal, Zâmbia, Egito, Uganda e República do Congo
O plano de paz proposta pela delegação consiste em dez pontos, dos quais os primordiais é resolver o conflito pacificamente e dar início às negociações de paz o mais rápido possível.
Ainda há ponto sobre garantir a soberania dos Estados e seus povos de acordo com a Carta das Nações Unidas e estabelecer garantias de segurança para todos os países.
Por conta disso, Putin expressou disponibilidade em falar com quem deseja “estabelecer a paz com base nos princípios de justiça e consideração pelos interesses legítimos das partes”.
Já pelo lado de Kiev, o presidente Volodymyr Zelensky rejeitou a mediação africana para interromper a guerra na Ucrânia. Em coletiva após encontro com Ramaphosa, o líder ucraniano disse que “permitir quaisquer negociações agora que os ocupadores estão nas nossas mãos é congelar a guerra, congelar dor e sofrimento”.
As autoridades ucranianas afirmaram que a visita da missão africana teve somente interesse em pedir a suspensão do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o presidente da Rússia.
Isso porque, para garantir a presença de Putin na próxima cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Ministério das Relações Exteriores sul-africano emitiu um comunicado concedendo imunidade diplomática ao presidente russo e aos demais líderes participantes da reunião.
(*) Com Telesur e Sputnik News.























