Ucrânia: Zelensky volta a pedir zona de exclusão aérea, proposta rejeitada pela Otan

Em pronunciamento ao Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira (16/03), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, retomou o pedido de criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, proposta rejeitada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Zelensky falou por meio de videoconferência aos congressistas norte-americanos e comparou a situação vivida pela Ucrânia ao 11 de Setembro, fazendo menção ao atentado em 2001, e ao bombardeio do Japão contra uma base naval dos Estados Unidos no Havaí, Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941. 

Para além da ajuda, o presidente ucraniano também falou em mais pacotes de sanções contra a Rússia. Após citar a famosa frase “Eu tenho um sonho”, de Martin Luther King, Zelensky afirmou ter necessidade em proteger o céu ucraniano.  

“Vocês dizem 'I have a dream' ['Eu tenho um sonho'], e posso dizer a vocês: 'I have a need' ['Eu tenho uma necessidade'], que é proteger nosso espaço aéreo”, afirmou. 

A Otan já rejeitou diversas vezes o pedido de Zelensky pela criação da zona aérea de segurança, argumentando que a medida envolveria abater caças russos e até mesmo desencadear uma guerra mundial.

Diante de constantes negações à criação da zona aérea, Zelensky também pediu para que os EUA ofereçam aeronaves que possam ajudar a Ucrânia a se proteger de bombardeios russos.  

Na última terça-feira (15/03), em uma videoconferência com líderes da Força Expedicionária Conjunta, grupo de países do norte da Europa encabeçado pelo Reino Unido, Zelensky admitiu que a Ucrânia não deve aderir à Otan. Mas também pediu sanções contra empresas que continuam atuando na Rússia e exortou a proibição de todos os portos mundiais aos navios do país vizinho. 

Apelo à ajuda ocidental 

Zelensky expressou gratidão pela ajuda dos EUA, mas disse que o país pode “fazer mais para parar a máquina de guerra da Rússia”. O presidente ainda pediu que Washington sancione “todos os políticos russos” e cobre que todas as empresas norte-americanas deixem a Rússia imediatamente.

Apesar da constante recusa à criação da zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou também nesta quarta o envio de mais de US$ 800 milhões em equipamentos militares para a Ucrânia, incluindo drones e sistemas antiaéreos.

De acordo com o democrata, os equipamentos serão enviados com o objetivo de garantir que os militares ucranianos possam continuar detendo os aviões e helicópteros que estão sendo utilizados na ofensiva russa.

O pacote de ajuda também inclui lançadores portáteis de mísseis contra tanques, metralhadoras, pistolas, lançadores de granadas, munição e drones militares, cujas capacidades não foram divulgadas.

(*) Com Ansa