USP inaugura nesta quarta o Centro de Estudos Palestinos
Projeto da FFLCH quer promover diversas atividades sobre a questão palestina
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) inaugura nesta quarta-feira (16/10) o Centro de Estudos Palestinos (CEPal).
O novo centro tem como objetivos promover pesquisas, cursos, palestras e demais atividades dedicadas à questão palestina, além de incentivar e realizar intercâmbios acadêmicos com universidades e com acadêmicos palestinos.
A diretora do CEPal, Arlene Clemesha, conversou com Opera Mundi e disse que a ideia de um centro de estudos surgiu a partir da escalada das ações militares de Israel contra o povo palestino a partir do 7 de outubro de 2023.
Então, segundo a também professora de História Árabe do Departamento de Letras Orientais da FFLCH, a faculdade adotou uma postura de denunciar o massacre em Gaza e entendeu a “necessidade de não dar apoio ao que acontece no enclave, que é um genocídio cometido por Israel agora muito claramente”.
“A FFLCH, ao longo dos últimos 20 anos, vem acumulando estudos sobre a questão palestina, que mostram que existe um interesse de pesquisa sobre o tema. Portanto, existe toda uma tradição já estabelecida e que já formavam um campo de estudos”, disse Clemesha.
Nesse sentido, a diretora do centro afirmou que os estudos sobre a questão palestina “voltam a representar o foco do conflito mundial”, mostrando que esse campo de pesquisa aponta a “necessidade um reconhecimento e fomentá-lo ainda mais por causa da importância que ele tem”.
Com a criação do centro, ainda segundo Clemesha, o objetivo é “justamente fomentar esse campo de estudos na USP”, mas também fora da universidade. E isso por que um dos objetivos do centro é promover cursos com professores estrangeiros, integrar os pesquisadores da área e atender demandas da sociedade que procuram compreender mais sobre a questão palestina.

Lua Eva Blue/Wikicommons
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP adotou postura de denunciar massacre em Gaza
A inauguração do CEPal conta com a participação de pesquisadores, professores e também de Atef Abu Saif, que foi ministro da Cultura da Palestina e autor do livro Quero estar acordado quando morrer: diário do genocídio em Gaza (editora Elefante).
O encontro será no Auditório Nicolau Sevcenko, na Cidade Universitária em São Paulo, a partir das 17h30.
Parcerias com outras universidades
Com o intuito de promover debates, intercâmbio de pesquisas e atividades, o CEPal tem uma parceria com o Institute for Palestines Studies, por exemplo, sediado em Beirute, no Líbano.
De acordo com Clemesha, há um entendimento com o instituto na realização de projetos conjuntos, “como traduções e indicação de estudiosos para os nossos cursos, por parte deles”.
“A gente pretende divulgar o trabalho deles aqui. Eles têm enciclopédia online, recursos, materiais e uma newsletter. Por exemplo, eles têm três pessoas em Beirute que todos os dias leem toda a imprensa israelense e fazem um apanhado de tudo que diz respeito aos palestinos, aos interesses e à causa palestina, e todo dia emitem um boletim de informações, um informe diário”, afirmou.
O instituto que fica no Líbano também, segundo a professora, tem o maior acervo documental da Palestina.
Serviço:
Inauguração do Centro de Estudos Palestinos (CEPal)
Data e hora: quarta-feira (16/10), às 17h30
Local: Auditório Nicolau Sevcenko – Avenida Professor Lineu Prestes, 338 – Cidade Universitária, São Paulo























