Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Brooklyn College, instituição ligada à Universidade da Cidade de Nova York (CUNY, por sua sigla em inglês), confirmou a demissão de quatro professores, situação que gerou protestos das comunidades estudantil e docente, devido à suspeitas de que a medida estaria baseada nas declarações feitas pelos professores em apoio à causa palestina.

A medida foi anunciada na terça-feira (15/07) e ratificada nesta quarta (16/07), com o rechaço de uma queixa que foi apresentada por um grupo de estudantes.

Em nota, a Brooklyn College negou que a demissão tenha sido causada “por motivos ideológicos”, mas não esclareceu as verdadeiras razões da decisão.

Segundo o The Intercept, um dos professores afetados, cuja identidade foi preservada, disse ter evidências de que sua demissão não teve nenhuma relação com seu desemprenho profissional, e sim com suas declarações a favor da Palestina.

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“Acreditamos que a única razão plausível para essa medida é o nosso engajamento na questão palestina, em denunciar os crimes que estão ocorrendo, pois é a única coisa que nós quatro temos em comum”, disse o docente, que também revelou temer outras represálias devido às suas opiniões.

O professor também disse que a demissão causou surpresa, já que todos eles haviam recebido, semanas antes, os horários das aulas que deverão ministrar no segundo semestre deste ano.

A universidade não emitiu um comunicado oficial nem respondeu aos pedidos de informação do The Intercept. A falta de uma explicação pública levantou suspeitas de censura política e discriminação ideológica.

Sindicato pediu reintegração de docentes demitidos e exigiu esclarecimentos sobre a decisão
Left Voice

Sindicato pede reintegração

A principal ação contra a decisão da Brooklyn College partiu do Congresso de Funcionários Profissionais (PSC, por sua sigla em inglês), o maior sindicato do corpo docente da CUNY.

Em um comunicado, a entidade classificou como “arbitrárias e inaceitáveis” a demissão dos quatro professores e exigiu das autoridades universitárias um parecer que esclareça os motivos que sustentam a decisão. Também pediu a reintegração dos acadêmicos.

O presidente do sindicato, James Davis, enviou uma carta ao reitor da Brooklyn College, Félix F. Matos Rodríguez, o presidente do sindicato, James Davis, declarou que “não há nenhum motivo acadêmico que justifique uma medida como essa, altamente irregular, contra os professores envolvidos”.

“Enviamos outras quatro solicitações, para departamentos específicos, e também não recebemos respostas. A comunidade acadêmica merece transparência e respeito ao devido processo legal”, disse Davis.

Com informações de The Intercept e Telesur.